Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/08/2016
Eletrônica biodegradável
Enquanto todos procuram meios de tornar as baterias mais duráveis, Yuanfen Chen, da Universidade de Iowa, nos EUA, está mais interessado em construir uma bateria que se autodestrua o mais rapidamente possível.
É que o foco da equipe são os chamados "eletrônicos transientes", equipamentos que precisam funcionar por um tempo e depois se degradem o mais rapidamente possível.
Isso inclui implantes médicos que possam eliminar a necessidade de uma segunda cirurgia para remoção do aparelho, pílulas eletrônicas para realizar exames ou liberar medicamentos aos poucos, sensores para monitorar o meio ambiente e uma série de outras possibilidades.
Já existe toda uma linha de pesquisa e desenvolvimento no campo da eletrônica biodegradável - como circuitos eletrônicos que dissolvem no corpo -, mas a bateria continua sendo um gargalo para essa tecnologia: os circuitos eletrônicos até que se degradam, mas a bateria continua lá, por isso é importante desenvolver uma bateria que se dissolva após o uso.
Bateria com mecanismo de autodestruição
Chen criou uma bateria de íons de lítio que fornece uma tensão de 2,5 volts e tem energia suficiente para alimentar uma calculadora de bolso por 15 minutos, o que é mais do que suficiente para a maioria das aplicações que se tem em mente.
As dimensões também são adequadas para as aplicações, com a bateria medindo 5 x 6 milímetros, e 1 milímetro de espessura.
Depois de cumprida sua tarefa, ela se dissolve inteiramente em cerca de 30 minutos quando é imersa em água. A água dissolve o invólucro polimérico da bateria e os eletrodos. Restam as nanopartículas do material responsável pela reação química de liberação de energia, que apenas se dispersam na própria água.
Para o futuro, a ideia é que as baterias degradáveis tenham seu mecanismo de autodestruição disparado por diferentes agentes, como líquidos, luz ou calor.
Segundo a equipe, esta é a primeira bateria transiente que apresenta a capacidade de energia, a estabilidade e a durabilidade necessárias para aplicações práticas. Usos reais na área de saúde, contudo, dependerão da fabricação de nanopartículas biocompatíveis ou que realmente se dissolvam.