Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/02/2014
Biorrobôs
Poucos artefatos da robótica capturam mais a imaginação do que robôs na escala micro ou nano que possam entrar no corpo humano para fazer alguma coisa - útil, de preferência.
Nada melhor então do que um biorrobô minúsculo que consegue nadar impulsionado por nada menos do que células cardíacas.
Movendo-se de forma muito parecida com um espermatozoide, essa máquina bio-híbrida é capaz de atravessar ambientes de elevada viscosidade, como os fluidos corporais.
"Os microrganismos têm seu próprio mundo, que nós podemos vislumbrar apenas pelo microscópio. Esta é a primeira vez que um sistema artificial explora esse submundo," disse Taher Saif, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos.
A inspiração para o biorrobô veio mesmo dos espermatozoides, que se movem agitando suas longas caudas - ou como muitos microrganismos unicelulares, que se movem agitando seus flagelos.
Movido a célula cardíaca
O corpo do espermatozoide robótico é feito de um plástico flexível em duas espessuras diferentes, uma para a cabeça e outra para a cauda.
Na junção dessas duas seções foram cultivadas células cardíacas, que logo se ajustaram e começaram a bater em perfeita sincronia.
Quando as células pulsam, elas enviam uma onda pela cauda do biorrobô, fazendo-o mover-se para a frente.
O grupo também construiu um "robô espermatozoide mutante", com duas caudas, que nada ainda melhor do que a versão de cauda única.
Sonhar é essencial
Como as células se entendem para sincronizar seus batimentos é algo que os pesquisadores ainda não compreendem muito bem - segundo eles, trata-se de um "fenômeno emergente".
"É uma engenharia mínima - apenas uma cabeça e um fio," disse Saif. "Então, as células entram, interagem com a estrutura e a tornam funcional."
"A visão de longo prazo é simples," continua Saif. "Será que podemos fazer estruturas elementares e semeá-las com células-tronco que vão se diferenciar em estruturas inteligentes para entregar medicamentos, realizar cirurgias minimamente invasivas ou atacar o câncer?"