Redação do Site Inovação Tecnológica - 11/05/2022
Explosão solar
Uma mancha solar, catalogada como AR3006, apresentou uma forte explosão ontem (10 de maio), produzindo uma intensa erupção solar de classe X1,5.
E a explosão ocorreu justamente quando a AR3006 estava diretamente voltada para a Terra.
Como esperado, a radiação da erupção ionizou a parte alta da atmosfera da Terra, causando um apagão de rádio de ondas curtas a partir de um ponto central localizado no Oceano Atlântico. As transmissões de rádio em frequências abaixo de 30 MHz foram atenuadas por mais de uma hora após a chegada da erupção à Terra.
Se o "ponto central" dos efeitos estivesse diretamente sobre uma zona habitada, haveria uma grande possibilidade de interferência em outros sistemas de comunicação e em sistemas de distribuição de eletricidade.
As explosões solares são catalogadas de acordo com sua intensidade. As menores são de classe A, seguidas por B, C, M e X. De modo semelhante à escala Richter para terremotos, cada letra representa um aumento de 10 vezes na produção de energia. Assim, uma erupção solar X é 10 vezes uma M e 100 vezes uma C. Dentro de cada classe de letras há uma escala mais fina, de um a nove.
Embora X seja a última letra, existem explosões solares com mais de 10 vezes a potência de uma X1, então as explosões da classe X podem chegar a mais de nove - esta que chegou à Terra foi catalogada como X1,5.
Mancha solar invertida
A mancha solar AR3006 vinha sendo acompanhada há vários dias porque ela se mostrou instável, com o que os cientistas chamam de uma "crise de identidade", apresentando um campo magnético invertido: +/- na superfície e -/+ na base.
Essa mistura de polaridades magnéticas apontava que a mancha solar poderia ser perigosa, estando prestes a explodir - quando polaridades magnéticas opostas colidem, isso pode gerar uma reconexão magnética, que é a fonte de energia das explosões solares.
De fato isso aconteceu, justamente quando a mancha solar estava diretamente voltada para a Terra.
Todo este acompanhamento e monitoramento do clima espacial foi feita pela sonda SDO (Solar Dynamics Observatory), da NASA, que detectou a erupção solar na forma de um flash na faixa do ultravioleta extremo.