Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/08/2014
Robótica de enxame
Em 2011, engenheiros da Universidade de Harvard apresentaram um conceito de microrrobôs projetados para atuar em bandos - a chamada robótica de enxame.
Eles foram batizados de Kilobots, onde "quilo" era uma referência ao projeto de criar um enxame com 1.000 microrrobôs - o mesmo prefixo dos "kbytes".
Agora eles concluíram o projeto, formando um enxame com exatos 1.024 robôs, cada um dotado de uma inteligência mínima, mas suficiente para que todos se entendam e executem tarefas em conjunto.
Este é o maior enxame robótico já criado até o momento, demonstrando um conceito que pretende usar robôs simples e de baixo custo para executar tarefas grandes, como realizar operações de busca e salvamento, construir espaçoportos lunares e até casas na Lua.
Os Kilobots foram projetados para imitar o comportamento de insetos, como abelhas, formigas e outros insetos sociais.
Eles se movimentam usando motores vibracionais - suas pernas rígidas vibram, fazendo-os deslizar sobre superfícies lisas - e comunicam-se uns com os outros por meio de luzes infravermelhas, como as usadas em controles remotos.
Para diminuir o tamanho dos robôs e minimizar seu gasto de energia, o alcance das comunicações é pequeno, o equivalente a três vezes o diâmetro de cada robô.
Inteligência artificial coletiva
Para testar o exame robótico, Mike Rubenstein e seus colegas codificaram três algoritmos descrevendo três comportamentos coletivos: localização, seguir uma rota e formação de gradientes.
Uma função de monitoramento cooperativo garante que os robôs evitem colisões, reconheçam companheiros que tenham pifado pelo caminho e evitem engarrafamentos, o que a equipe afirma ser um marco significativo no campo da inteligência artificial coletiva.
Quando as instruções são transmitidas, não é mais necessário se preocupar com os robôs individualmente.
Quatro deles começam a tarefa estabelecendo o ponto de origem de um sistema de coordenadas. Os demais recebem uma planta baixa do desenho que devem formar e então usam seus comportamentos bastante primitivos e simples para encontrar uma posição no desenho.
Os "comportamentos" - a capacidade de ação de cada robô - limitam-se a seguir a borda do agrupamento, calcular a distância do ponto de origem e manter um senso de localização relativa.
Embora haja erros no processo, os robôs prosseguem continuamente em seu processo de automontagem das estruturas programadas - letras ou uma estrela, por exemplo.
Prova matemática
Como os desenhos são corretamente formados pelo enxame, os pesquisadores afirmam que isto é uma prova matemática de que os comportamentos individuais dos robôs podem levar ao resultado global correto.
O objetivo agora é trabalhar nos algoritmos para que o enxame possa executar tarefas mais complexas.