Endeavour é atingido por detritos durante o lançamento

Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/07/2009

O ônibus espacial Endeavour foi atingido por uma série de detritos, provavelmente espuma de revestimento do tanque principal, logo depois do lançamento, ocorrido ontem, às 19h03, no horário de Brasília.

"Nós vimos algumas coisas. Algumas delas não nos preocupam, mas simplesmente não se pode especular nada agora," disse Mike Moses, responsável pelo lançamento.

Detritos atingem o revestimento térmico

Durante a subida para o espaço, a TV NASA transmitia o lançamento a partir de uma câmera colocada no topo do tanque principal, de onde se pode ver o próprio tanque e a parte inferior do ônibus espacial, com o centro de lançamento ao fundo, distanciando-se rapidamente.

Análises quadro a quadro do voo durante esse período mostram pelo menos 15 detritos atingindo o ônibus espacial, todos de pequenos dimensões e, inicialmente, levantando poucas preocupações.
[Imagem: NASA TV]

Cerca de 1 minuto e meio depois do lançamento, um pouco antes da separação dos dois foguetes laterais, uma grande quantidade de pequenos detritos solta-se do tanque principal e atinge a parte inferior do ônibus espacial e a parte superior da sua asa direita.

Logo depois, é possível ver marcas brancas no revestimento térmico, que é preto, destinado a proteger o ônibus espacial das elevadas temperaturas atingidas durante sua reentrada na atmosfera. "Parecem ser impactos pequenos que apenas tiraram a tinta," disse Moses.

Um evento similar aconteceu com o ônibus espacial Atlantis em Maio, que ele subia para consertar o telescópio Hubble e não criou nenhum problema.

Foram danos de grandes proporções neste revestimento que causaram a destruição do ônibus espacial Colúmbia, em 2003.

Velocidade relativa

Apesar de aparentemente não serem preocupantes, os impactos dos detritos com o ônibus espacial ocorreram em um momento crítico do lançamento, quando a velocidade relativa entre os detritos e o ônibus espacial é muito grande.

Do lançamento até dois minutos e 15 segundos, o ônibus espacial se encontra na região mais densa da atmosfera. Qualquer detrito que se solte é freado pela atmosfera. Como o ônibus espacial continua subindo em alta velocidade, o impacto é significativo. Depois disso, ele já se encontra em órbita baixa, onde a atmosfera muito mais rarefeita garante que os detritos que se soltem fiquem praticamente à mesma velocidade do ônibus espacial, praticamente não ocasionando impactos.

Análises quadro a quadro do voo durante esse período mostram pelo menos 15 detritos atingindo o ônibus espacial, todos de pequenos dimensões e, inicialmente, levantando poucas preocupações. Até a separação do ônibus espacial do seu tanque principal, vários outros detritos se soltam, mas já em uma altitude na qual a preocupação gerada por esses eventos é de fato menor.

Cambalhota espacial

O dia de hoje será dedicado à verificação dos danos causados ao revestimento antitérmico do Endeavour. Essa verificação é rotina desde o acidente com o Colúmbia e é feita utilizando câmeras e lasers montados na extremidade do braço robótico dos ônibus espaciais.

Uma análise ainda mais detalhada é feita quando a nave se aproxima da Estação Espacial Internacional, quando ela faz um giro completo, uma espécie de cambalhota, sendo filmada pelas câmeras de alta resolução da Estação.

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