Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/10/2009
Cientistas da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, resolveram um dos maiores desafios com que sempre se defrontaram os químicos.
Pela primeira vez, eles encontraram uma maneira de monitorar o que ocorre no coração de uma reação eletroquímica.
Ultra alto vácuo
A descoberta ajudará os cientistas a compreenderem como funcionam os catalisadores, elementos essenciais da indústria moderna. E, compreendendo-os melhor, será possível produzir catalisadores melhores.
Sob a direção do Dr. Pete Licence, os cientistas foram capazes de estudar a reação química no ponto onde a solução atinge a superfície do eletrodo de metal que traz a eletricidade para a reação. Eles fizeram isto usando uma técnica chamada espectroscopia de ultra alto vácuo (UHV).
A pesquisa foi saudada como um avanço importante por eletroquímicos de todo o mundo e um passo importante rumo ao desenvolvimento de novos catalisadores e sensores mais avançados.
Catalisadores verdes
Como os catalisadores - materiais usados para induzir ou otimizar uma reação química - são dissolvidos em uma solução, é muito difícil entender porque eles funcionam tão bem.
Normalmente, as soluções evaporam quase instantaneamente sob alto vácuo. A equipe superou este obstáculo usando um líquido iônico de temperatura ambiente (RTILs: room temperature ionic liquids) - solventes que não evaporam sob tais condições.
"Não foi fácil e tivemos problemas fenomenais. Nós poderíamos fazer a eletroquímica no vácuo e poderíamos medir os espectros dos líquidos iônicos. Mas fazer as duas coisas ao mesmo tempo foi uma verdadeira batalha. Mas agora resolvemos o problema," disse o Dr. Licence.
"O desenvolvimento da química verde e da sustentabilidade são conceitos-chave que permeiam nossa pesquisa, incluindo o desenvolvimento de materiais e produtos ambientalmente benignos. Como resultado desta pesquisa, nós poderemos projetar catalisadores mais eficientes, novas sondas, sensores, e eletrodos funcionalizados. Nós realmente queremos fazer avançar esta tecnologia para ver até onde podemos levá-la," disse o pesquisador.