Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/08/2012
Complexidade cósmica
Astrônomos encontraram um sistema multiplanetário circumbinário.
O primeiro planeta circumbinário - um planeta que orbita duas estrelas - foi descoberto há cerca de um ano.
Logo depois, novos estudos indicaram que planetas com dois sóis são comuns.
Isto deixou os teóricos estarrecidos, porque muitos achavam que o equilíbrio orbital seria complexo demais para se sustentar.
Mas o Universo parece dar conta de combinações muito mais complexas.
Há cerca de seis meses descobriu-se um planeta com três sóis, além do que, potencialmente habitável.
Agora, novamente usando o telescópio espacial Kepler, astrônomos descobriram um sistema composto de duas estrelas e de pelo menos dois planetas, no qual os dois planetas orbitam as duas estrelas.
É um sistema que bem se poderia chamar de "caótico", não fosse o fato de que ele está lá, bem estável, a menos de 5.000 anos-luz da Terra, na Constelação do Cisne.
Luas habitáveis
O par de estrelas gira uma em torno da outra a cada 7,5 dias. Uma das estrelas é parecida com o nosso Sol, enquanto a outra é bem menor, com um terço do tamanho e com um brilho 175 vezes menor do que sua companheira.
O planeta interno - chamado Kepler 47b - tem um diâmetro três vezes maior que o da Terra e gira em torno do par de estrelas a cada 49 dias.
O planeta mais externo - chamado Kepler 47c - é cerca de 4,5 vezes maior que a Terra (um pouco maior que Urano) e orbita as estrelas a cada 303 dias, o que o torna o exoplaneta mais afastado de sua estrela descoberto até agora.
Mais interessante ainda, esse planeta exterior orbita as estrelas dentro da faixa que os astrônomos convencionaram chamar de zona habitável - a região ao redor de uma estrela onde um planeta rochoso pode ter água líquida em sua superfície.
"Embora o planeta exterior seja provavelmente um gigante gasoso e, portanto, inadequado para a vida, luas grandes, se presentes, seriam mundos interessantes de se investigar, já que elas poderiam potencialmente abrigar a vida ", disse William Welsh, da Universidade Estadual de San Diego, coautor do estudo.