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Meio ambiente

Descobertas evidências mais antigas do campo magnético da Terra

Redação do Site Inovação Tecnológica - 25/04/2024

Descobertas rochas com as evidências mais antigas do campo magnético da Terra
Exemplo da formação de faixas ricas em ferro, datadas de 3,7 bilhões de anos, em rocha encontrada na parte nordeste do Cinturão Supracrustal de Isua, na Groenlândia.
[Imagem: Claire Nichols]

Idade do campo magnético da Terra

Geólogos descobriram na Groenlândia ocorrências de rochas antigas que contêm os vestígios mais antigos do campo magnético da Terra. E são rochas excepcionalmente intocadas, tendo preservado suas propriedades por bilhões de anos, tornando os resultados muito confiáveis.

Os pesquisadores determinaram que as rochas têm cerca de 3,7 bilhões de anos e retêm assinaturas de um campo magnético com força de pelo menos 15 microteslas - o campo magnético da Terra hoje mede 30 microteslas.

"O campo magnético é, em teoria, uma das razões pelas quais acreditamos que a Terra é realmente única como planeta habitável," disse Claire Nichols, da Universidade de Oxford. "Acredita-se que o nosso campo magnético nos proteja da radiação nociva do espaço e também nos ajude a ter oceanos e atmosferas que podem ser estáveis durante longos períodos de tempo."

Estudos anteriores mostraram evidências de um campo magnético na Terra com pelo menos 3,5 bilhões de anos. Estes novos registros prolongam a idade do campo magnético em mais 200 milhões de anos.

"Isso é importante porque é nessa altura que pensamos que a vida estava emergindo," disse Benjamin Weiss, do MIT. "Se o campo magnético da Terra já estava por aqui algumas centenas de milhões de anos antes, ele pode ter desempenhado um papel crítico em tornar o planeta habitável."

Descobertas rochas com as evidências mais antigas do campo magnético da Terra
Há indícios de que o campo magnético da Terra está enfraquecendo, mas ainda não sabemos o que isso significa para a vida no planeta.
[Imagem: ESA/ATG]

Campo magnético e vida na Terra

Hoje, o campo magnético da Terra é alimentado pelo seu núcleo de ferro fundido, que lentamente agita correntes elétricas, formando uma espécie de dínamo. O campo magnético resultante da circulação dessas correntes elétricas se estende ao redor do planeta como uma bolha protetora.

Os cientistas suspeitam que, no início da sua evolução, a Terra foi capaz de fomentar a vida em parte devido a um campo magnético inicial que era suficientemente forte para reter uma atmosfera sustentadora da vida e, simultaneamente, proteger o planeta da radiação solar prejudicial.

Para comprovar essa teoria é importante que os registros do campo magnético e da ocorrência de vida estejam próximos. Os registros fósseis mais antigos, envolvendo células, datam de 3,7 bilhões de anos, embora as datações mais amplamente aceitas de vida na Terra sejam fósseis de bactérias com 3,48 bilhões de anos encontrados na Austrália. Por outro lado, existem indícios mais controversos de biomarcadores em rochas datando de 4,28 bilhões de anos.

Bibliografia:

Artigo: Possible Eoarchean records of the geomagnetic field preserved in the Isua Supracrustal Belt, southern west Greenland
Autores: Claire I. O. Nichols, Benjamin P. Weiss, Athena Eyster, Craig R. Martin, Adam C. Maloof, Nigel M. Kelly, Mike J. Zawaski, Stephen J. Mojzsis, E. Bruce Watson, Daniele J. Cherniak
Revista: Journal of Geophysical Research Solid Earth
Vol.: 129, Issue 4 e2023JB027706
DOI: 10.1029/2023JB027706
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