Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/02/2008
Depois da bem-sucedida instalação do laboratório espacial Colombo, com 7 metros de comprimento e 10 toneladas, na Estação Espacial Internacional (ISS), a Agência Espacial Européia (ESA) prepara outra novidade.
Júlio Verne
Com lançamento previsto para o dia 8 de março, a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa, o Júlio Verne será o primeiro veículo automatizado de transferência a fazer parte do projeto da ISS.
O módulo de 20 toneladas será lançado por uma versão especial do foguete Ariane 5. O objetivo da ESA é fazer do modelo, a partir deste ano, um dos veículos transportadores de cargas para a estação espacial, para a qual levará experimentos, equipamentos e peças de reposição, além de alimentos, água e ar para a tripulação.
Aposentadoria dos ônibus espaciais
A novidade vem em boa hora, uma vez que a idéia de Nasa é aposentar os ônibus espaciais em 2010. Com isso, a ISS perderia seu principal veículo transportador de cargas e tripulação. Os astronautas poderão ser levados pelos foguetes soviéticos ou por novas naves ainda em desenvolvimento, principalmente por parceiros privados. Mas, com a entrada em operação do Júlio Verne, pelo menos os suprimentos e experimentos estão garantidos.
Nave automática
Construído pela Eads-Astrium, o Júlio Verne é considerado a mais poderosa nave automática já construída, sendo capaz de transportar até 9 toneladas de carga para a ISS. Segundo a ESA, equipado com sistemas de propulsão e de navegação de alta precisão, ele combina as capacidades de um veículo automático com a segurança de um tripulado.
Sua missão será semelhante a de um caminhão, que levará cargas a um estabelecimento de pesquisa. Após ser posicionado em órbita a 400 quilômetros da Terra, o Júlio Verne será conduzido até a ISS, cuja órbita oscila entre 350 e 460 quilômetros de altitude.
Incineração do lixo e da lixeira
O objetivo é que em abril o veículo se encontre com a estação e seja acoplado ao módulo de serviço russo. O cargueiro permanecerá ali como uma parte integral e pressurizada da estação por seis meses, até que seja enviado de volta à Terra. Na reentrada, a nave se queimará, junto com cerca de 6 toneladas de materiais não mais necessários para a ISS. No envio seguinte, outro modelo do veículo descartável será construído e utilizado.