Redação do Site Inovação Tecnológica - 19/06/2008
Pesquisadores da Universidade de Groningen, na Holanda, desenvolveram um componente eletrônico ferroelétrico que permitirá a construção de memórias não-voláteis de baixíssimo custo, com potencial para substituir as memórias Flash.
O componente é um diodo orgânico flexível, que pode ser fabricado por impressão, em vez dos tradicionais métodos de fotolitografia, o que o tornará muito mais barato.
Memória para etiquetas RFID
Segundo os pesquisadores, as novas memórias serão ideais para equipar etiquetas RFID, que começam a ser utilizadas na substituição dos códigos de barras para monitoramento e rastreamento de produtos. Hoje essas etiquetas possuem memórias muito pequenas, na maioria das vezes suficiente para armazenar apenas um código numérico único de 128 bits.
O desenvolvimento do diodo foi feito em parceria com a empresa Philips e é um avanço em relação a um desenvolvimento anterior, feito em 2005 (veja Philips desenvolve nanomemória não volátil).
Transístor plástico
Em 2005 os pesquisadores criaram a nanomemória não-volátil integrando um polímero ferroelétrico sobre um transístor orgânico, feito de material plástico, criando uma memória conhecida como memória por alteração de fase.
Quando tentaram levar sua nanomemória para a linha de produção, contudo, os pesquisadores descobriram que os três terminais do transístor tornavam o processo produtivo muito complicado, anulando os ganhos de eficiência do material.
Diodo ferroelétrico
Então eles passaram a pesquisar como construir a mesma memória, com a mesma funcionalidade, mas utilizando um componente mais simples do que o transístor. Esse componente é o diodo, que tem apenas duas conexões.
A descoberta veio quando o pesquisador Kamal Asadi deixou de lado a idéia de empilhar as camadas semicondutoras e ferroelétricas e resolver fazer uma "sopa" com os dois materiais. O comportamento da parte ferroelétrica do composto mostrou-se totalmente suficiente para controlar a corrente contínua que flui através da parte semicondutora do material híbrido.
Célula de memória
O novo diodo, que é uma célula de memória, pode ser programado rapidamente, retém os dados na ausência de energia e funciona a temperatura ambiente.
As tensões necessárias para a gravação dos bits nos diodos de memória são baixas o suficiente para viabilizar a utilização comercial em conjunto com as etiquetas RFID, mas sem se limitar a essa aplicação em particular, podendo potencialmente serem utilizados em todas as aplicações que hoje utilizam as memórias Flash.