Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/09/2014
Comunicação cerebral
Uma equipe internacional de pesquisadores demonstrou uma comunicação cérebro a cérebro via internet na qual os dois voluntários estavam a 7.800 km de distância um do outro.
Na demonstração, a palavra "hola" - olá, em espanhol - gerada pelo primeiro voluntário, em Thiruvananthapuram, na Índia, foi recebida pelo segundo voluntário, em Estrasburgo, na França.
A palavra gerada pelo emissor foi captada por um capacete de eletrodos, que registra alterações eletroencefalográficas do cérebro, gerando um código binário correspondente.
O emissor não pensou na palavra, ele efetuou movimentos com as mãos - que são detectáveis pelo eletroencefalograma - para representar cada 0 e cada 1 até formar a palavra hola inteira.
O código, como qualquer outra mensagem via internet, foi então transmitido até o computador do receptor.
O receptor captou a mensagem por meio de uma interface computador-cérebro que transformou os 140 bits que compõem a palavra em "fosfenos" - piscadas de luz. O voluntário entendia uma piscada como um 1 e uma falta de piscada como um 0.
A seguir, foi só decifrar o código binário e ver o que ele representava.
O experimento foi repetido 10 dias depois com a palavra ciao (tchau).
Interpretação consciente
"Nós obtivemos uma comunicação cérebro a cérebro consciente," disse Carles Grau, da Universidade de Barcelona, e principal idealizador do experimento.
"De fato, nós podemos usar o termo transmissão mente a mente porque ambos, o emissor e o receptor humanos, participaram conscientemente," defendeu ele.
Segundo a equipe, experimentos como este são "um importante avanço tecnológico que abre novas rotas de pesquisa, como a transmissão direta e não-invasiva de sentimentos e emoções, ou a conexão direta de sensores externos (informações gravadas não acessíveis aos órgãos sensoriais naturais) com o cérebro humano por meio de estimulação não-invasiva do cérebro".
Parece uma previsão otimista, ao menos no estágio atual da tecnologia. Afinal, transformar uma emoção em código binário parece algo bem mais desafiador.