Redação do Site Inovação Tecnológica - 31/01/2013
Lei de Moore
A Lei de Moore não é mais válida - pelo menos não se você a utiliza para ganhar dinheiro.
É o que demonstrou Ashish Sood, juntamente com uma equipe das universidades da Califórnia e Michigan, nos Estados Unidos.
A boa notícia é que o próprio grupo já inventou uma nova técnica que promete determinar quais empresas de alta tecnologia estão no caminho certo para conquistar o mercado e faturar milhões.
Dos transistores para os dólares
A Lei de Moore nasceu de uma declaração de um dos fundadores da Intel, Gordon Moore, que constatou que a quantidade de transistores nos processadores dobra a cada 18 meses.
A afirmação de Moore se mostrou tão válida que as empresas de alta tecnologia, de consultoria e os economistas passaram a usá-la para prever o destino das tecnologias emergentes e para decidir onde colocar mais milhões para pesquisas ou para o desenvolvimento de novos produtos.
Na outra ponta do mercado, a Lei de Moore transformou-se em uma heurística para indicar aos investidores em Bolsas de Valores quais ações subiriam e quais virariam pó.
O que Sood e seus colegas demonstraram é que esses modelos não funcionam mais - é nesse sentido que eles dizem que a Lei de Moore não funciona mais.
Como prever a tecnologia
Segundo os pesquisadores, a Lei de Moore, assim como outros modelos similares, como as menos conhecidas Lei de Kryder e Lei de Gompertz, preveem que o aumento no desempenho das tecnologias pode ser descrito por uma curva suave, crescendo exponencialmente.
Mas isso não se mostrou verdadeiro quando os pesquisadores cruzaram as previsões com os dados reais para as últimas décadas.
Os dados mostram que a maioria das tecnologias progride aos saltos, com grandes aperfeiçoamentos intercalados por longos períodos de calmaria, onde não há ganhos de desempenho, algo muito diferente da curva suave desenhada pelos outros modelos.
Eles chamaram esse processo de "Anda e Espera", batizando seu novo algoritmo de previsão tecnológica de SAW (Step And Wait) - Saw é também o termo em inglês para serrote, expressando os degraus vistos nas novas previsões.
Segundo os pesquisadores, seu modelo é mais preciso e faz previsões com maior probabilidade de acerto porque, ao contrário dos outros modelos, eles se basearam em uma grande gama de tecnologias, e não apenas em uma - por exemplo, a Lei de Moore olha apenas para os processadores de computador.
A equipe pesquisou 26 tecnologias em seis mercados diferentes, das lâmpadas às baterias, passando, é claro, pelos computadores e todas as tecnologias da era da informação - a regra geral uma curva em degraus.
Exemplos das TVs
Os pesquisadores citam como exemplo o mercado de TVs. Segundo eles, o modelo SAW poderia ter salvo uma grande empresa do declínio: a japonesa Sony.
A Sony manteve os investimentos na tecnologia de tubo de raios catódicos (CRT) mesmo depois que a tecnologia de telas de cristal líquido (LCD) superou a CRT em desempenho, em 1996.
Em vez de aderir ao LCD, a Sony introduziu a série FD Trinitron/WEGA, uma versão plana do CRT.
O CRT voltou a superar o LCD por alguns anos, mas finalmente perdeu definitivamente a guerra em 2001.
Em contraste, aderindo ao LCD, a Samsung cresceu para se tornar a maior fabricante mundial de TVs de alto desempenho.
A Sony, antiga líder de mercado, teve de buscar uma joint venture com a própria Samsung, em 2006, para saltar dos tubos que afundavam.