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Brasil fica em primeiro lugar nos serviços ao LHC

Com informações da Agência Fapesp - 21/05/2010

Brasil fica em primeiro lugar nos serviços ao LHC
Centro Regional de Análise de São Paulo (Sprace) ocupa primeira posição entre os 161 clusters computacionais que colaboram no processamento dos dados do maior acelerador de partículas do mundo.
[Imagem: WLCG]

O conjunto de computadores (cluster) Sprace, da Unesp (Universidade Estadual Paulista), apresentou a melhor qualidade de serviços de processamento prestados ao acelerador de partículas LHC (sigla em inglês para "Grande Colisor de Hádrons").

Rede mais rápida do Brasil

O cluster brasileiro congrega 6.000 CPUs, 200 terabytes de armazenamento e conta com um link de fibra óptica de 10 gigabits - é a rede mais rápida do Brasil - veja detalhes em Pesquisas do LHC são monitoradas online em laboratório no Brasil.

Mantido pela Comunidade Europeia, o LHC recebe suporte computacional de 161 clusters espalhados por vários países.

Foi a avaliação técnica mensal desses grupos, referente ao mês de abril, que colocou o brasileiro em primeiro lugar em confiabilidade e disponibilidade de serviço.

"Ficamos à frente de instituições como o Caltech [Instituto de Tecnologia da Califórnia], o MIT [Instituto de Tecnologia de Massachusetts], o Centro de Computação de San Diego, que é o maior do mundo, e o cluster de Nebraska, que está entre os melhores e nos auxiliou na instalação do nosso sistema", disse Sérgio Ferraz Novaes, professor do Instituto de Física no campus da Barra Funda, em São Paulo, onde está instalado o Sprace.

Grid computacional

A fim de processar a enorme quantidade de informações produzidas a partir dos experimentos realizados no LHC, o maior instrumento científico já construído pelo homem, foi formado o WLCG (Worldwide LHC Computing Grid, ou Grade Mundial LHC de Computação), que congrega recursos computacionais de centenas de laboratórios de pesquisa ao redor do mundo.

O WLCG dispõe de uma estrutura de processamento hierárquico, sendo dividido em camadas denominadas tiers. O centro de processamento principal é o tier 0, que fica nas instalações do Cern.

A ele estão conectados 11 centros nacionais que formam a camada tier 1. Esses centros estão localizados em países como Canadá, França, Alemanha, Holanda, Reino Unido e nos Estados Unidos, onde há dois deles.

Na terceira camada estão 160 centros de processamento regionais da classe tier 2, entre eles o Sprace, que está submetido ao tier 1 localizado no Fermilab, nos Estados Unidos. A cada tier 2 ainda podem se conectar grupos de pesquisadores que formam centros da classe tier 3.

Qualidade e quantidade de processamento

Desde 2005 o Sprace faz parte do Open Science Grid (OSG), que coordena as ações da rede científica norte-americana. Ao lado do projeto europeu Enabling Grids for E-Science in Europe (EGEE), o OSG é membro do WLCG.

Para um grupo participar do WLCG no nível tier 2 é necessário contar com alta capacidade de processamento que contemple os trabalhos da colaboração. Além disso, é exigida uma infraestrutura de rede capaz de transferir um grande volume de dados e de manter esses serviços disponíveis em, pelo menos, 95% do tempo para receber tarefas dos experimentos.

"Por isso, a avaliação não é somente da qualidade do processamento, mas também da quantidade de dados processada, o que depende da capacidade de transporte da rede", explicou Novaes.

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