Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/10/2012
Fotônica sob encomenda
A integração de componentes ópticos e eletrônicos tem feito reiteradas promessas de computadores mais rápidos e que aquecem menos.
Recentemente, pesquisadores alemães anunciaram finalmente que a interligação de chips por luz está pronta para a indústria.
Mas as novidades mais práticas não vieram dos grandes fabricantes, e sim de uma empresa emergente criada por pesquisadores da Universidade de Valência, na Espanha.
Pascual Muñoz e seus colegas não apenas fundaram a VLC Photonics, como já estão oferecendo serviços de projeto de chips integrando componentes eletrônicos e componentes ópticos, como lasers e fotodetectores.
"Tradicionalmente, fornecedores de componentes ópticos têm desenvolvido internamente os processos para otimizar a fabricação de dispositivos específicos, como lasers ou moduladores. O paradigma emergente das fabless opera com escritórios de projeto independentes que podem fornecer blocos genéricos para construir chips complexos por usuários externos," explica Muñoz.
Conceito fabless
O termo fabless - sem fábrica - é bem conhecido no setor da eletrônica, e refere-se a empresas que detêm o conhecimento, mas não as fábricas. Os chips projetados por essas empresas são então encomendados a grandes fábricas que prestam esses serviços.
"Nós agora podemos incorporar avançados sistemas ópticos, incluindo dezenas a centenas de dispositivos em um único chip, usando silício ou materiais mais exóticos, como fosfeto de índio," diz o pesquisador.
Segundo ele, já existem fábricas na Europa, nos EUA e em Cingapura com os equipamentos necessários para produzir os chips fotônicos que ele e seus colegas podem projetar.
Esse modelo de operação representa uma evolução natural da abordagem tradicional baseada em pesquisas, onde cada universidade ou centro de pesquisas empresarial precisa desenvolver seu próprio processo de fabricação proprietário.
Velocidade de comercialização
Um dos ganhos mais significativos dos escritórios de projetos e das fábricas mais flexíveis é a velocidade com que os resultados podem passar dos laboratórios para as fábricas, com as tecnologias desenvolvidas em cada centro de pesquisa podendo migrar mais rapidamente da academia para o mercado.
Segundo Muñoz, a integração optoeletrônica agora disponibilizada possibilitará levar ao mercado uma infinidade de circuitos integrados fotônicos, para as mais variadas aplicações, incluindo telecomunicações, sensores, biomedicina e também processamento de dados.