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Chuva de diamantes em planetas gigantes volta às manchetes

Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/01/2024

Chuva de diamantes em planetas gigantes volta às manchetes
Os experimentos são bem feitos e criteriosos. Mas a tal "chuva de diamante" não atende a todos os critérios da boa prática científica.
[Imagem: Greg Stewart/SLAC National Accelerator Laboratory]

Chuva de diamantes

Ao apertar compostos de carbono em pressões descomunais, como as encontradas em planetas como Netuno e Urano, uma equipe internacional de cientistas concluiu que uma pretensa chuva de diamantes exige condições muito menos estritas do que se acreditava até agora.

Mungo Frost e colegas usaram o laser de raios X do acelerador SLAC, na Universidade de Stanford, para comprimir poliestireno, o mesmo polímero usado para fazer isopor, em uma bigorna de diamante, ao mesmo tempo aquecendo o experimento. Eles então usaram pulsos de raios X para observar o que acontecia.

Os nanodiamantes começaram a se formar a partir do poliestireno a temperaturas de cerca de 2.200 °C e pressões em torno de 19 gigapascais, que são condições semelhantes à do interior não muito profundo de Urano e Netuno.

Nos planetas gasosos, isto significa que os nanodiamantes já se formam a uma profundidade inferior à que se pensava, podendo assim ter uma influência mais forte na formação dos campos magnéticos. Conforme mergulham das camadas externas para as internas dos planetas, os nanodiamantes podem arrastar gás e gelo, causando correntes de gelo condutor. As correntes de fluidos condutores atuam como uma espécie de dínamo, através do qual se formam os campos magnéticos dos planetas.

Além disso, a formação dos nanodiamantes também seria possível em planetas gasosos menores que Netuno e Urano, chamados de "mini-Netunos". Não existem planetas desse tipo no nosso Sistema Solar, mas já foram detectados vários deles em outros sistemas.

Chuva de diamantes em planetas gigantes volta às manchetes
Esquema do experimento e foto da microesfera usada na síntese dos nanodiamantes.
[Imagem: Mungo Frost et al. - 10.1038/s41550-023-02147-x]

Será que chove mesmo diamante

A equipe já havia usado o mesmo aparato no ano passado, quando eles acreditam ter produzido hidrogênio metálico e diamante a partir do mesmo material de carbono, o poliestireno.

Mas também é bom lembrar que, em 2022, essa pretensa chuva de diamantes em planetas gigantes acendeu uma polêmica no meio científico, com vários críticos apontando o fato de que a formação de nanodiamantes como os demonstrados pela equipe ocorre a profundidades substanciais, o que é algo muito diferente de uma "chuva de diamantes".

Bibliografia:

Artigo: Diamond precipitation dynamics from hydrocarbons at icy planet interior conditions
Autores: Mungo Frost, R. Stewart McWilliams, Elena Bykova, Maxim Bykov, Rachel J. Husband, Leon M. Andriambariarijaona, Saiana Khandarkhaeva, Bernhard Massani, Karen Appel, Carsten Baehtz, Orianna B. Ball, Valerio Cerantola, Stella Chariton, Jinhyuk Choi, Hyunchae Cynn, Matthew J. Duff, Anand Dwivedi, Eric Edmund, Guillaume Fiquet, Heinz Graafsma, Huijeong Hwang, Nicolas Jaisle, Jaeyong Kim, Zuzana Konôpková, Torsten Laurus, Yongjae Lee, Hanns-Peter Liermann, James D. McHardy, Malcolm I. McMahon, Guillaume Morard, Motoaki Nakatsutsumi, Lan Anh Nguyen, Sandra Ninet, Vitali B. Prakapenka, Clemens Prescher, Ronald Redmer, Stephan Stern, Cornelius Strohm, Jolanta Sztuk-Dambietz, Monica Turcato, Zhongyan Wu, Siegfried H. Glenzer, Alexander F. Goncharov
Revista: Nature Astronomy
DOI: 10.1038/s41550-023-02147-x
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