Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/05/2016
Teslaforese
Pesquisadores da Universidade de Rice, nos EUA, modificaram uma bobina de Tesla para criar um aparelho capaz de tecer nanofios à distância.
O processo, que Lindsey Bornhoeft e seus colegas batizaram de Teslaforese, pode ser usado para montar materiais desde a escala nano até a escala macro.
De fato, a demonstração feita Bornhoeft é a realização de um sonho que vem sendo acalentado desde o descobrimento dos nanotubos: a transformação desses nanomateriais ultrafortes em fios e cabos de grandes dimensões, que possam ser usados em aplicações práticas, inclusive em estruturas futuristas, como um elevador espacial.
Campo de força e raio trator
O sistema funciona fazendo com que cargas positivas e negativas oscilantes atinjam remotamente cada nanotubo, levando-os a se juntarem em cadeia para formar fios longos que atingem a escala macroscópica.
A bobina de Tesla modificada também é capaz de gerar uma espécie de raio trator, fazendo com que os nanotubos ou outras nanopartículas sejam puxadas para a bobina a longas distâncias.
Segundo o professor Paul Cherukuri, coordenador da equipe, esse efeito de campo de força sobre a matéria nunca tinha sido observado antes em uma escala tão grande, e o fenômeno era desconhecido até mesmo de Nikola Tesla, que inventou a bobina em 1891 com a intenção de transmitir energia elétrica sem fios.
"Campos elétricos têm sido usados para mover pequenos objetos, mas apenas em distâncias ultracurtas," disse Cherukuri. "Com a teslaforese, temos a capacidade para ampliar maciçamente os campos de força para mover a matéria remotamente."
"Primeiro ato de uma história incrível"
Em um dos experimentos, os nanotubos se congregaram em cabos, formando um circuito que conecta dois LEDs e então absorve energia do campo elétrico da própria bobina de Tesla para fazê-los se acender.
Além disso, a bobina de Tesla modificada cria um campo de força poderoso a distâncias muito maiores do que se imaginava. A equipe observou o alinhamento e o movimento dos nanotubos a mais de 30 centímetros de distância da bobina. "É uma coisa impressionante acompanhar esses nanotubos ganhando vida e se costurando em fios do outro lado da sala," exagera Cherukuri.
"Há muitas aplicações onde se pode utilizar campos de força fortes para controlar o comportamento da matéria, tanto em sistemas biológicos quanto artificiais," acrescentou o pesquisador. "E ainda mais emocionante é quanta física e química fundamentais estamos descobrindo à medida que avançamos. Este realmente é apenas o primeiro ato de uma história incrível."