Redação do Site Inovação Tecnológica - 26/03/2019
Leitura magnética com calor
Já pensou se o calor que hoje é um problema para os aparelhos eletrônicos e computadores pudesse ser aproveitado para o próprio funcionamento desses dispositivos?
Pois pode, conforme acabam de demonstrar Cody Friesen e seus colegas da Universidade de Hamburgo, na Alemanha.
E não se esqueça que o calor gerado pelos aparelhos é essencialmente energia desperdiçada, o que significa que as baterias dos aparelhos eletrônicos poderão durar mais.
O que Friesen e seus colegas conseguiram foi essencialmente ler bits magnéticos usando apenas calor - sem necessidade de uma corrente elétrica. E eles não leram um bit qualquer, eles leram bits atômicos, que prometem uma ponte entre a eletrônica e a computação quântica.
Bit atômico
Na demonstração do novo princípio de leitura, uma agulha magnética aquecida por um feixe de laser foi colocada próxima a uma superfície magnética com uma distância equivalente à largura de apenas alguns átomos.
A diferença de temperatura entre a agulha e a superfície gera uma tensão elétrica. Fazendo a agulha viajar através da superfície, Friesen constatou que essa termovoltagem depende da orientação magnética do átomo individual abaixo da agulha.
"Com este conceito, determinamos o magnetismo da superfície com precisão atômica sem contato direto e sem interagir fortemente com a superfície," disse ele.
Computação energeticamente eficiente
As técnicas convencionais de leitura de bits magnéticos requerem uma corrente elétrica, o que causa efeitos de aquecimento indesejáveis - esta nova abordagem não depende de uma corrente elétrica.
Isso significa que, no futuro, sensores magnéticos miniaturizados dentro de circuitos integrados poderão operar sem uma fonte de alimentação e sem gerar calor residual. Em vez disso, o calor gerado dentro de um dispositivo será direcionado para o sensor, que detectará termicamente a orientação magnética de um bit tão pequeno quanto um átomo e o traduzirá em informação digital.
"Nossas investigações mostram que o calor do processo gerado em circuitos integrados pode ser usado para uma computação muito eficiente em termos energéticos," disse o professor Stefan Krause, coordenador da equipe.