Redação do Site Inovação Tecnológica - 20/03/2017
Biobateria
No final de 2015, pesquisadores suecos conseguiram um feito surpreendente: eles construíram circuitos eletrônicos totalmente funcionais no interior de plantas vivas.
Agora, o grupo substituiu o hidrogel semicondutor que eles haviam usado para construir os fios e transistores por um material especialmente projetado e otimizado para a bioeletrônica.
O material demonstrou seu potencial ao polimerizar no interior de uma roseira sem qualquer indutor externo. Ele é sugado pela planta, como se fosse água, e então endurece depois de seguir pelos canais naturais do vegetal.
O líquido que fluiu para dentro da rosa criou longos fios condutores, não só na haste da flor, mas em toda a planta, incluindo as pétalas e as folhas.
Planta-bateria
Devido às características do material polimérico, a rede de fios que se estrutura no interior da planta forma um supercapacitor, um dispositivo de armazenamento de eletricidade.
"Nós conseguimos carregar a rosa repetidamente por centenas de vezes, sem qualquer perda no desempenho do dispositivo. Os níveis de energia armazenada que alcançamos são da mesma ordem de magnitude que as dos supercapacitores. A planta pode, sem qualquer forma de otimização do sistema, alimentar uma bomba de íons, por exemplo, e vários tipos de sensores," explicou a pesquisadora Eleni Stavrinidou, da Universidade de Linkoping.
A pesquisa está em estágio inicial e experimentos adicionais serão necessários para verificar se os supercapacitores poderão conviver pacificamente com as plantas - em caso positivo, a equipe terá criado uma técnica promissora para a colheita de energia, eventualmente lançando as bases para a criação de células de combustível no interior de plantas.