Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/10/2012
Onde o Sol nunca se põe
Dois astrônomos amadores encontraram um planeta cujos céus são iluminados por quatro sóis.
E esse mundo absolutamente estranho está "nas vizinhanças" em termos astronômicos, a meros 5 mil anos-luz da Terra, na Constelação do Cisne.
O exoplaneta gira ao redor de um par de estrelas, e há um segundo binário estelar girando em torno do conjunto.
Os astrônomos ainda terão que criar modelos para tentar explicar como tal configuração é possível, já que é muito difícil imaginar como o planeta não foi destruído pelas complicadas interações dos campos gravitacionais das quatro estrelas.
Mundos especiais
O primeiro planeta com dois sóis foi descoberto em 2011, mas logo os astrônomos viram que planetas em sistemas binários são comuns - eles são chamados planetas circumbinários.
As coisas começaram a ficar mais complicadas quando, em Fevereiro deste ano, foi descoberto um planeta com três sóis, e cuja posição em relação às suas estrelas indica que ele pode estar na zona habitável.
Os cientistas começaram a coçar a cabeça quando foram encontrados dois planetas orbitando dois sóis.
Agora, a descoberta de um planeta com quatro sóis mostra que o Universo parece ser muito mais criativo do que as dificuldades matemáticas indicavam.
Cientistas cidadãos
Os norte-americanos Kian Jek e Robert Gagliano, descobridores do estranho mundo, participam de um projeto de ciência-cidadã, mantido pela Universidade de Yale, chamado Planethunters.org - caçadores de planetas, em tradução livre.
Cientistas cidadãos são voluntários que atendem ao apelo de cientistas para ajudar a desvendar um volume de dados grande demais para ser analisado apenas pelos cientistas assalariados.
Depois de localizado por Jek e Gagliano, o sistema planetário inusitado foi analisado por pesquisadores das universidades de Yale (EUA) e Oxford (Reino Unido) - os dois voluntários aparecem como coautores do artigo científico que descreve a descoberta.
O planeta com quatro sóis foi batizado de PH1, em homenagem ao projeto Planethunters.
Os cálculos indicam que se trata de um gigante gasoso, seis vezes maior do que a Terra - com uma dimensão pouco superior à de Netuno.