Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/05/2015
Colheita de ondas eletromagnéticas
A quantidade de ondas eletromagnéticas que nos cercam é incalculável.
Embora elas sejam muito úteis, representam também um enorme desperdício de energia.
Ocorre que as ondas de transmissões de rádio, TV, celulares, Bluetooth, Wi-Fi e uma série de outras frequências espalham-se em todas as direções, e grande parte não atinge um aparelho que esteja pronto para recebê-las - e isto é potência desperdiçada.
Em outras palavras, essencialmente, tem energia sobrando no ar.
Mas pode ser possível recuperar uma parte dessa energia usando o conceito de "colheita de energia", a recuperação de pequenas quantidades de energia do ambiente para uso em equipamentos de baixo consumo ou para armazenamento.
Absorção total
Thamer Almoneef e Omar Ramahi, da Universidade de Waterloo, no Canadá, criaram um sistema de colheita de ondas eletromagnéticas - um tipo especial de antena - baseado no conceito de "absorção total".
O conceito envolve o uso de metamateriais para construir um meio - uma metassuperfície - que nem reflete e nem absorve qualquer potência, o que permite a absorção total das ondas eletromagnéticas incidentes em uma faixa específica de frequências e polarizações.
A metassuperfície é formada por "células" de formato preciso, dispostas de forma periódica sobre um material de apoio. As dimensões dessas células e a proximidade umas das outras podem ser ajustadas para absorver quase todas as ondas incidentes.
Esta energia é então canalizada por fios, podendo ser utilizada para alimentar aparelhos ou recarregar baterias.
Antena ultraeficiente
A importância fundamental deste protótipo é que ele demonstra pela primeira vez que é possível coletar essencialmente toda a energia eletromagnética que cai sobre uma superfície.
"Nossa pesquisa permite a absorção de muito mais energia do que as antenas clássicas," disse Ramahi. "Isto resulta em uma redução significativa da pegada da superfície de captação de energia. Os terrenos [necessários para instalação] são bens preciosos para a captura de energia - seja ela eólica, hídrica, energia solar ou eletromagnética."
Segundo a dupla, a tecnologia poderá ser facilmente estendida para as faixas do infravermelho e do visível. "Já estamos ampliando nosso trabalho para a faixa de frequência do infravermelho e esperamos relatar brevemente uma absorção próxima à unidade nesses regimes de alta frequência," disse Ramahi.