Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/08/2007
Logo depois dos robôs industriais, os robôs subaquáticos são o tipo de robô mais utilizado em todo o mundo. Além da exploração de petróleo e do monitoramento de cardumes e grandes animais marinhos, eles são utilizados aos milhares para monitoramento do clima e das correntes marinhas. Virtualmente todos esses robôs-marinhos são movimentados por hélices, como os submarinos tradicionais.
Robôs mais eficientes
Os engenheiros estão fazendo esforços no sentido de provê-los com mecanismos mais eficientes, que lhes dêem maior autonomia, já que um robô desse tipo deve ficar meses no mar, sem qualquer manutenção. Utilizando o conceito de biomimetismo, os cientistas já estão duplicando o sistema sensorial lateral dos peixes e dotando-lhes de mecanismos de propulsão mais eficientes.
Agora, cientistas do MIT estão querendo levar o biomimetismo ao extremo. Para isso, eles estão desenvolvendo uma barbatana robótica, certamente o mecanismo mais eficiente e com menor consumo de energia para a movimentação sob a água. Afinal, ainda não se tem notícia de alguma espécie de peixe que tenha desenvolvido hélices.
Barbatana robótica
A equipe do professor James Tangorra resolveu construir sua barbatana robótica inspirando-se no peixe guelras-azuis, muito comum no litoral dos Estados Unidos, e parecido com o peixe-lua. A escolha foi feita porque esse peixe se movimenta gerando um empuxo constante para a frente, sem nenhum arrasto traseiro.
Os pesquisadores subdividiram o movimento do peixe em 19 etapas e descobriram quais delas eram críticas para que se gerasse o movimento de tração. "Nós não queremos replicar exatamente o que a natureza faz. Nós queremos descobrir quais partes são importantes para a propulsão e copiá-las," explica Tangorra.
Polímero condutor
O resultado mais recente é um barbatana robótica feita de um material fino e flexível e capaz de conduzir eletricidade. A barbatana é capaz de replicar dois movimentos que os pesquisadores consideraram críticos para a propulsão do guelras-azuis: a curvatura da barbatana e o movimento ondulatório simultâneo de suas extremidades superior e inferior.
Os movimentos são obtidos por meio da aplicação de uma corrente elétrica no polímero. A inversão do sentido da corrente produz os movimentos ondulatórios. A utilização de um novo tipo de polímero condutor eliminou totalmente a necessidade de utilização de motores e alcançou um nível excelente de simultaneidade nos movimentos, de forma muito similar ao movimento do guelra- azuis. "Isto nos deu o potencial para criarmos robôs ou máquinas de uma forma muito próxima à forma como a natureza faz as coisas," conclui Tangorra.