Biomimetismo gerará robôs com corpos flexíveis, que se movem como animais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 06/02/2007

[Imagem: Tufts]

Limitações dos robôs

Os robôs têm evoluído muito e já romperam a fronteira da utilização doméstica. Mas, há que se convir, eles ainda são bastante limitados em funcionalidade.

Um dos principais motivos das limitações dos robôs atuais é a sua construção rígida, com pouca flexiblidade e virtualmente nenhuma maleabilidade. Cada movimento adicional exige mais graus de liberdade, um nome pouco sugestivo para uma porção de motores e junções adicionais.

Robôs flexíveis

Agora, pesquisadores da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, fundaram um novo laboratório que pretende construir uma nova classe de robôs cujos corpos serão inteiramente flexíveis.

Ao contrário das tentativas feitas até agora nesse sentido, que se limitaram a recobrir robôs normais com "peles" macias, o Laboratório de Tecnologias Biomiméticas para Robôs com Corpos Flexíveis vai reunir uma equipe multidisplinar para construir robôs cuja estrutura seja flexível.

As aplicações de robôs mais maleáveis são inúmeras, indo desde a indústria, missões de resgate e atendimento de emergência, cirurgias médicas, endoscopia e próteses até o reparo de estruturas no espaço.

Mecanismos adaptativos

O projeto reúne pesquisadores das áreas de biologia, bioengenharia e micro e nano fabricação.

"Nosso objetivo é desenvolver sistemas e dispositivos - robôs flexíveis - baseados em materiais biológicos e sobre os mecanismos adaptativos encontrados em células vivas, tecidos e organismos inteiros," diz David Kaplan, um dos coordenadores do projeto.

Seu colega Barry Trimmer também tem experiência na área, já tendo estreado nesse campo com um projeto de lagartas-robô para aplicações médicas.

Biomimetismo

O eixo da pesquisa é o biomimetismo, a tentativa de copiar estruturas vivas que, ao contrário de quase tudo o que é feito pelo homem, têm a preponderância de tecidos maleáveis.

"Em comparação, sistemas vivos podem conter materiais rígidos, tais como ossos e unhas, mas seus blocos fundamentais são flexíveis e elásticos. [...] Muitas máquinas incorporam materiais flexíveis em suas juntas e podem ser tremendamente rápidas, resistentes e fortes, mas atualmente não existe tecnologia que possa equiparar o desempenho de um animal movendo-se através de um terreno natural," diz Trimmer.

Os novos robôs terão um corpo continuamente deformável e capaz de se espremer e se conter em pequenos volumes. Os pesquisadores vão se concentrar inicialmente nas estruturas das lagartas e aranhas, uma vez que pretendem que seus robôs também sejam capazes de escalar superfícies como paredes ou objetos irregulares, subir em cordas e fios e se enfiar em espaços muito pequenos e complexos.