Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/08/2006
Um dos campos mais pesquisados e mais promissores da robótica é "autonomia cooperativa", uma espécie de cálice sagrado nesta área, por meio da qual robôs autônomos trabalham em conjunto, trocando informações e se auxiliando mutuamente para o cumprimento de uma tarefa comum.
A NASA é um dos participantes nessa área de pesquisa, já tendo enviado ao espaço grupos de micro-satélites para testar a viabilidade da aplicação da autonomia cooperativa para a operação de satélites, sondas espaciais e até naves. Apenas para citar uma das possibilidades, a autonomia cooperativa entre pequenos satélites permitiria a construção de enormes telescópios espaciais, graças à atuação coordenada de pequenas unidades autônomas.
Agora, pesquisadores do MIT, Estados Unidos, apresentaram uma versão marítima desta idéia. Eles pegaram caiaques comuns e os transformaram em caiaques robóticos, adicionando-lhes computadores de bordo, controle por rádio, sistemas de propulsão e navegação e comunicação.
Os cientistas não estão querendo construir "telescópios marinhos". Mas frotas de pequenas embarcações autônomas e cooperativas poderão ser muito úteis na busca por sobreviventes em acidentes marítimos, na localização de minas explosivas e até no monitoramento do tempo e na observação científica.
A plataforma robótica foi batizada de SCOUT ("Surface Crafts for Oceanographic and Undersea Testing"). É que, uma vez testada e desenvolvida, ela poderá ser utilizada também para robôs subaquáticos.
A navegação superficial oferece várias vantagens, entre as quais a possibilidade de utilização de tecnologias da Internet, por meio da comunicação sem fios e da navegação por GPS. "Um dos maiores desafios na navegação subaquática é que nós não podemos transmitir radiações eletromagnética a longas distâncias," explica o professor John J. Leonard, coordenador da pesquisa.
Ou seja, os pesquisadores não poderão confiar muito nas comunicações com a base para que os seus robôs funcionem a contento. Por isso, o maior esforço está sendo dispendido no desenvolvimento dos programas que rodam nos computadores do robôs - quaisquer que sejam os veículos nos quais a tecnologia será empregada.