Redação do Site Inovação Tecnológica - 15/06/2005
A pele é o maior órgão do corpo humano, e não por acaso. Nós até conseguimos viver sem a visão, mas não sobreviveríamos sem o tato e a sensação do toque. Esta é crença de Vladimir Lumelsky, um cientista que a NASA foi buscar na Universidade de Wisconsin-Madison, Estados Unidos, para fundar um novo laboratório de robótica. Seu objetivo: construir uma pele artificial para robôs que lhes dê o sentido do tato.
O novo laboratório foi instalado no Centro Espacial Goddard, onde o Dr. Lumelsky planeja construir um tecido sensorial semelhante a uma pele, repleto de sensores que permitirão aos robôs captar todo o ambiente ao seu redor, incluindo os objetos, a temperatura e a umidade.
"Os robôs movem-se bem por si próprios, principalmente quando não há nada no caminho," explica ele. Mas a coisa muda quando há alguma alteração no ambiente. "Os robôs devem ser capazes de reagir, mas os robôs atuais não conseguem. Esta é a diferença e é exatamente o que deve mudar para a exploração [espacial do futuro]".
A idéia é desenvolver uma pele artificial sensível, que será utilizada para recobrir totalmente os robôs. O protótipo de "pele artificial" tem mais de 1.000 sensores infravermelhos que conseguem detectar objetos e enviar as informações para o "cérebro" do robô. A nova pele já foi testada em um robô industrial, que consegue mover-se entre dois jogadores de xadrez, fazendo o contorno preciso de cada um deles, tocando-os apenas de leve, como o faria uma pessoa cega tentando reconhecer o ambiente. Veja link para o filme no quadro Para Navegar, abaixo.
A partir das informações coletadas a cada instante, o processador central do robô deve determinar uma reação em questão de milisegundos, alterando seu movimento. Os próximos protótipos terão uma densidade de sensores ainda maior, aumentando a sensibilidade e a capacidade de reação dos robôs.
Como o objetivo da NASA é a criação de robôs sensíveis para a exploração espacial, o próximo passo da pesquisa será a adaptação dos elementos estruturais do robô, normalmente feitos de tipos especiais de plásticos, para o ambiente inóspito do espaço.