Redação do Site Inovação Tecnológica - 17/05/2005
Robôs autorreplicantes
Cientistas da Universidade de Cornell, Estados Unidos, criaram robôs modulares que são capazes de construir outros robôs iguais a eles próprios.
Os robôs autorreplicantes ainda estão numa fase embrionária, mas é inegável que esta é uma demonstração interessante de uma tecnologia que até agora só era vislumbrada pelos cientistas.
Robôs já são muito úteis em operações em ambientes hostis e no espaço. Quando eles se tornarem capazes de se reproduzir - ou apenas de consertarem a si próprios - sua utilidade e a segurança em sua operação crescerão exponencialmente.
Molecubos
Os novos robôs são feitos de uma série de cubos modulares - batizados de "molecubos" - cada um contendo os mesmos mecanismo e um programa de computador completo que os torna capazes de se replicar.
Os molecubos unem-se uns aos outros, formando um robô completo, por meio de magnetismo, presente nas faces de cada cubo. Uma vez montado, o robô passa a se mover, conseguindo dobrar-se, mover-se e capturar outros cubos.
O robô, ficando na posição de uma torre, consegue montar outro igual a ele próprio capturando cubos individuais que estiverem ao seu alcance. Ele se dobra, pega cada molecubo e os vai depositando, uns sobre os outros. Como ele não consegue alcançar sua própria altura, o novo robô que está nascendo ajuda na tarefa de colocação dos molecubos superiores.
Autorreplicação
Certamente que a atribuição do termo "auto-replicante" para esse processo é objeto de controvérsia. Mas Hod Lipson, um dos criadores do novo robô, se defende: "[A auto-replicação] não é apenas uma propriedade binária - alguma coisa é auto-replicante ou não é, ela é algo contínuo."
Ainda assim, o funcionamento do novo sistema é embrionário. O robô somente consegue montar outro nas condições controladas do laboratório, com a energia sendo suprida pela superfície da mesa onde eles se encontram. Além disso, eles devem ter um estoque de molecubos disponíveis ao seu alcance.
"Embora as máquinas que criamos sejam ainda simples comparadas com a reprodução biológica, elas demonstram que a autorreprodução mecânica é possível e não algo único da biologia," arrisca Lipson.