Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/03/2005
A natureza tem servido de inspiração para toda uma geração de construtores de robôs, que encontraram nos insetos um "projeto" extremamente eficiente, já testado pela natureza. Agora um estudante da Universidade Johns Hopkins, Estados Unidos, está tentando fazer com seu robô aprenda a andar utilizando o sistema de navegação de uma barata.
Sob orientação do professor Noah J. Cowan, o estudante Owen Loh construiu uma antena sensorial flexível, que funciona como a antena de uma barata. O sensor envia seus sinais para o processador do seu robô, que por enquanto é movido por rodas. Mas o objetivo não é duplicar a forma de andar da barata, mas seu sistema de navegação.
O sensor permite que o robô ande acompanhando a parede, vire corretamente nos cantos e evite obstáculos. O sistema é eficiente e muito mais simples do que os sistemas de navegação por visão artificial - que também não funcionam bem em locais mal iluminados - e do que a navegação por radar - que apresenta problemas quando se depara com superfícies muito polidas.
A antena é construída com uma espécie de borracha chamada uretano, recoberta por plástico transparente. No interior da borracha estão seis sensores de pressão, que apresentam variação na resistência elétrica quando são dobrados. "Nós calibramos a antena de forma que certas voltagens correspondem a determinados ângulos de dobra que ocorrem quando a antena toca a parede ou algum outro objeto," explicou Loh.
Essa informação é passada ao microcontrolador, o cérebro do robô, que, baseando-se no valor dessa voltagem, calcula sua distância do objeto e manobra de forma a não se chocar com ele.
O trabalho foi aceito para apresentação na Conferência Internacional de Robótica e Automação, que acontecerá em Abril, em Barcelona, Espanha.