Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/03/2005
Norte-americanos e europeus parecem ter se incomodado com a larga vantagem que os japoneses estão levando quando o assunto são os robôs pessoais. Todos os grandes grupos japoneses já possuem os seus robôs, que demonstram capacidades cada vez maiores a cada apresentação.
Agora um grupo de pesquisadores das Universidades Cornell e MIT, Estados Unidos, além de engenheiros da universidade holandesa de Delft, reuniram-se para tentar provar que conseguem construir robôs que andam melhor do que os robôs japoneses. O maior argumento é que os robôs construídos em cada uma das universidades anda de forma mais parecida com o ser humano e consumindo menos energia.
"Nosso robô parece ser pelo menos 10 vezes mais eficiente do que qualquer outro," afirma o professor Andy Ruina, da Universidade de Cornell. O robô consome uma quantidade de energia por unidade de peso e distância comparável ao o que gasta um ser humano. Em contraposição, eles "acreditam" que o robô Asimo, da japonesa Honda, consome 10 vezes mais energia do que um ser humano.
Os robôs construídos no MIT e na Universidade de Delft, embora não tenham sido projetados tendo-se em vista a eficiência energética, também usa menos energia do que o Asimo. Outra espetadela que os pesquisadores deram no Asimo foi afirmar que o seu andar não é lá essas coisas e que os seus robôs andam de forma mais parecida com o ser humano.
Há controvérsias: os joelhos semi-flexionados do Asimo realmente dão a ele o aspecto de máquina. Mas será que alguém realmente espera confundir um robô com uma pessoa? E, se for para comparar com um ser humano, os pesquisadores norte-americanos terão antes que dar um banho de loja nos seus "estrandacos" andantes. Afinal o Asimo é um robô completo e não apenas um "ser andante". Embora sejam mais eficientes, os novos robôs se parecem com a versão P1 do Asimo, lançada em 1991.
Torcidas à parte, o fato é que os novos robôs mostram uma evolução no andar realmente impressionante. Eles conseguem igualar a eficiência humana porque utilizam energia apenas para o impulso, enquanto outros robôs humanóides desperdiçam energia absorvendo trabalho, por exemplo, quando movem seus membros de forma mais lenta do que seria natural sob a ação da gravidade. Ou seja, os pesquisadores substituíram a força de vários motores pela ação da gravidade.
O robô da Universidade Cornell coloca força nos seus tornozelos para impulsioná-lo. Quando o pé da frente atinge o solo, um microcontrolador avisa ao pé de trás para agir, fornecendo impulso. Durante o movimento de cada perna para a frente, um pequeno motor tensiona uma mola, que depois é liberada para fornecer o impulso.
O robô da Universidade Delft utiliza um atuador pneumático no quadril e o robô do MIT utiliza motores elétricos para mover diretamente o tornozelo. Os programas de controle nos robôs de Cornell e Delft são extremamente simples, enquanto o robô do MIT utiliza um programa de inteligência artificial que permite que o robô aprenda a andar, tarefa que se completa em cerca de 600 passos.
Os avanços são realmente significativos. Mas seus criadores parece que forçaram um pouco no marketing quando criaram implicâncias com o robô da Honda, o que tirou um pouco o brilho dos feitos. Os pesquisadores apresentaram seus robôs no último exemplar da revista Science.