Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/09/2004
Os robôs Spirit e Opportunity, ainda operando em Marte, foram projetados para procurar por evidências de água, presente ou passada. Embora a água seja o principal indicativo da possibilidade de existência de vida como a conhecemos, os dois robôs são mais geólogos do que biólogos.
Agora cientistas da NASA e de três Universidades, trabalhando conjuntamente, iniciarão uma série de testes com um novo robô, Zoë, destinado especificamente para procurar por vida em Marte.
O robô passará por um teste de dois meses no deserto do Atacama, no Chile, a região mais árida da Terra e, portanto, a que mais se assemelha ao ambiente inóspito de Marte. O Zoë propriamente dito, provavelmente nunca irá a Marte. Mas ele ajudará a definir os instrumentos que o seu sucessor deverá levar.
O projeto começou em 2.003 com o robô Hyperion, do qual Zoë é o sucessor. Ele foi projetado e recebeu melhoramentos graças aos testes feito com o Hyperion, que também passou por testes no Atacama.
O novo robô, agora equipado com um conjunto completo de instrumentos, deverá operar de forma autônoma e viajará cerca de 50 quilômetros no deserto, em um período de dois meses. Ele viajará a uma velocidade de até 100 centímetros por segundo. Como comparação, os robôs Spirit e Opportunity viajam a cerca de 5 centímetros por segundo.
Embora um grupo de cientistas irá ficar nas proximidades durante todo o teste, o robô será comandado de uma central de controle nos Estados Unidos.
Os testes na Terra são essenciais para se aferir a capacidade dos instrumentos em detectar vida. Os cientistas farão com que o robô ande por locais onde sabidamente há formas primitivas de vida, inclusive microscópica, e verificarão se esta vida será detectada pelos instrumentos do Zoë.
Além da NASA, participam do projeto cientistas das Universidades Carneggie Mellon e Tennessee, Estados Unidos, e da Universidade Católica do Norte, Chile.