Japoneses constroem robô que fala de verdade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/07/2004

A sintetização de voz por computadores e robôs já não é nenhuma novidade. Mas todos eles utilizam formas de digitalização do som e a geração das vozes fica por conta de velhos e bons alto-falantes. Agora cientistas japoneses criaram um sistema vocal real, que fala utilizando o mesmo processo das cordas vocais humanas.

O objetivo dos pesquisadores é criar um robô falante na real acepção do termo, um mecanismo eletromecânico que produza vibrações sonoras semelhantes à fala humana. Eles acreditam que a tecnologia poderá levar à produção de telefones celulares que podem comprimir os dados sonoros transmitindo não a própria voz, mas movimentos vocais.

Ainda mais no futuro, eles esperam poder utilizar os equipamentos para fins medicinais, no tratamento de pessoas com deficiência na fala, ou até mesmo como próteses externas e ainda como professores de línguas estrangeiras.

O robô WT-3 já é a terceira geração da pesquisa. Ele possui um "pulmão" artificial que gera o fluxo de ar e cordas vocais com três graus de movimento. Mas não pára por aí: a língua exige nada menos do que sete graus de movimento, os lábios cinco, os dentes um, a cavidade nasal um e o palato também um. Um total de nada menos do que 18 graus de movimento. Apenas para se verificar a complexidade do robô falante, basta ver que os mais modernos braços robóticos têm entre cinco e seis graus de movimento.

O resultado é excelente. O WT-3 é capaz de produzir até sons nasalados, podendo ser adaptado para falar em qualquer idioma, com apenas um leve "sotaque mecânico".

O "pulmão artificial", na verdade uma pequena bomba de ar, gera o som ao vibrar as cordas vocais. O som é então modificado pelos articuladores na boca do robô, produzindo a fala.