Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/03/2004
Robocepcionista
Quem entrar na Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, poderá agora ser recebido por uma "robocepcionista". O termo é uma junção de robô e recepcionista.
E é justamente esse o trabalho de Valerie, uma simpática atendente que adora conversar e contar histórias, entretendo os visitantes enquanto eles esperam pelo atendimento real.
Valerie está instalada no hall de entrada do prédio de Ciência da Computação daquela Universidade.
Valerie é uma "mulher" com uma infinidade de atitudes e muitas histórias para contar. Seus sensores detectam quando alguém entra no prédio, fazendo com que a robô imediatamente ofereça ajuda. Ela é capaz de indicar as direções das diversas salas do prédio.
Conversa de robô
Mas Valerie gasta a maior parte do seu tempo falando ao telefone - da mesma forma que as recepcionistas humanas, que sempre estão ao telefone quando precisamos delas.
Os visitantes podem então ficar próximos e ouvir as conversas da robô com seus "amigos" ou mesmo com sua mãe, que é a placa-mãe do seu computador.
Embora possa parecer apenas divertimento, Valerie conta com um avançado sistema de interpretação e, sendo as perguntas feitas com um certo critério, pode responder sobre sua vida pessoal, seu psicólogo, seu sonho de se tornar uma cantora, o quanto ela odeia aspiradores de pó, enfim, um bate-papo comum de se ter numa fila.
Robô teatral
A robô Valerie é o resultado de um trabalho de uma grande equipe coordenada pelos professores Reid Simmons, da Escola de Artes, e Anne Mundell, do Instituto de Robótica, o que resultou num interessante ensaio de teatro e robótica.
"Na maior parte, a tecnologia que permitiu o nascimento de Valerie envolve reutilização do que já usamos no passado, mas disposto em uma forma totalmente nova," explica Simmons. "É teatro, contar histórias em uma forma nunca feita antes."
Valerie consiste de uma face feminina mostrada em uma tela de computador, instalada sobre uma "cabeça" robótica fabricada comercialmente pela iRobot. Um scanner a laser, fabricado pela empresa sueca Sick, é utilizado para detectar e acompanhar o movimento das pessoas à medida em que elas circulam pelo corredor. Os visitantes devem fazer suas perguntas pelo teclado, mas Valerie responde verbalmente utilizando um sintetizador de voz.
Os pesquisadores agora planejam incorporar reconhecimento de voz, visão de máquina e aprendizado baseado em redes neurais, de forma a fazer com que Valerie aja como uma recepcionista um pouco mais real.