Abelhas e formigas inspiram a criação de robôs

Redação do Site Inovação Tecnológica - 02/01/2004

Um novo sistema de visão artificial para acompanhamento automatizado do movimento de insetos deverá permitir um sensível progresso no desenvolvimento de robôs. Os insetos, principalmente formigas e abelhas, há muito tempo são observados, com o objetivo de duplicar em robôs os seus movimentos e comportamento. O problema é que observar os insetos, que se movem de forma extremamente rápida, é uma tarefa difícil e demorada.

O sistema de análise do movimento animal é parte do "BioTracking Project", um projeto de pesquisa do Dr. Tucker Balch, da Universidade da Georgia (Estados Unidos). "Nós acreditamos que a linguagem do comportamento é comum entre robôs e animais," afirma ele. "Isto significa que, potencialmente, nós podemos filmar formigas por um longo período de tempo, aprender seu 'programa' e depois rodar esse programa em um robô."

Insetos sociais, como formigas e abelhas, representam a existência de um comportamento de interação social em larga escala, extremamente eficiente, forjado a partir de muitos indivíduos simples. Esse comportamento pode oferecer idéias sobre como organizar uma colônia cooperativa de robôs capazes de efetuar operações complexas.

Com uma precisão de 81,5 por cento, o novo sistema de visão artificial consegue captar, analisar e catalogar os movimentos das abelhas, comparando-os com exemplos fornecidos por especialistas em biologia. Isso permite que o sistema defina o comportamento de uma abelha, por exemplo, a partir de sua seqüência de movimentos. Um dos movimentos de uma abelha, parecido como uma dança, contém uma codificação que indica com precisão o local onde o alimento foi encontrado.

Os modelos gerados a partir do sistema de visão artificial agora têm que ser transformados em algoritmos, seqüências de passos para se dar conta de uma tarefa, e, a seguir, traduzidos em linguagem de programação.

"Cientistas da computação copiaram alguns dos algoritmos descobertos por biólogos trabalhando com insetos para resolver problemas de informática," explica o Dr. Balch. "Um exemplo é o roteamento em redes, que estabelece o caminho dos dados através da Internet. Neste caso, o algoritmo baseado no comportamento dos insetos, investigado por Marco Dorigo, é a melhor solução até hoje."

Mas ainda há outros desafios no caminho dos pesquisadores. Eles terão que lidar com as diferenças entre as capacidades motoras e sensoriais dos robôs e dos insetos.