Logotipo do Site Inovação Tecnológica





Robótica

Robôs treinam salvamento após terremoto

Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/09/2003

Robôs treinam salvamento após terremoto

Um grupo de 14 pesquisadores, coordenando uma tripulação de robôs projetados para localizar e resgatar pessoas, começou um treinamento inédito, visando o atendimento a vítimas de catástrofes, naturais ou não. Para aumentar o realismo da simulação, cada teste dura 26 horas, e deverá levantar questões práticas com que o pessoal de resgate e os robôs se deparam em uma situação de emergência.

O principal objetivo é mensurar a real importância das diversas teorias levantadas pelos pesquisadores, teorias estas que embasaram o projeto e o desenvolvimento dos robôs de resgate e salvamento. Algumas preocupações podem não se justificar, enquanto, por outro lado, podem surgir questões práticas que não foram pensadas. Os pesquisadores estão atentos a questões como a facilidade de manobrar o robô em ambientes desconhecidos com base apenas na visão fornecida pela câmera do próprio robô, a necessidade de operá-lo utilizando vestimentas de resgate, como roupas e luvas pesadas e a eficiência dos controles, que devem ser aprendidos rapidamente pelo pessoal envolvido na missão de resgate.

"Até você se deparar com uma operação de resgate, é difícil entender as questões reais que devem ser abarcadas por esta tecnologia, para que ela possa ser transferida para pessoal de busca e salvamento," afirma Robin Murphy, diretor do Center for Robot-Assisted Search and Rescue (CRASAR), da Universidade da Flórida.

O governo norte-americano nomeou 28 equipes de busca e salvamento em várias cidades do país, com o objetivo de encontrar métodos mais eficazes de atuação quando da ocorrência de tragédias. O laboratório CRASAR está acompanhando uma dessas equipes e, ao utilizar robôs para resgate e salvamento, pretende mudar a maneira como as brigadas de resgate normalmente operam.

O exercício agora sendo conduzido simula o resgate de pessoas após a ocorrência de um terremoto. Para isto, a equipe demoliu parcialmente o prédio da antiga biblioteca da cidade de Lebanon, próxima a Indianápolis. Após a checagem da inexistência de materiais tóxicos, a equipe de robôs deve efetuar o resgate de seis manequins, que simulam as vítimas do terremoto.

Os robôs são equipados com vários instrumentos, incluindo câmeras de infravermelho, sensores de visão noturna e até radares. O exercício dará aos pesquisadores uma chance para testar os sensores e os próprios robôs, coletando dados de desempenho em uma situação próxima à real, o que, de outro modo, somente poderia ser feito com simulações e através de hipóteses formuladas pelos cientistas, não necessariamente condizentes com o que ocorre em uma situação de fato.

Os primeiros resultados mostram que o campo de visão oferecido pela câmera do robô é muito pequeno, dificultando a tarefa de guiá-lo no meio de escombros. Isto fez com que o resgate demorasse mais tempo do que o esperado. O esforço de controlar um robô é maior do que simplesmente permanecer em um ambiente. Por exemplo, enquanto uma pessoa sabe em que direção está olhando, o operador de um robô deve lembrar-se se a câmera está apontando para baixo ou para cima ou para a esquerda ou para a direita. Este esforço extra contribuiu para que os operadores perdessem constantemente a noção da localização exata do robô, comprometendo sua eficácia.

Ao mesmo tempo, os pesquisadores começaram a perceber que o robô de resgate e salvamento não precisa ser autônomo. Basta que ele seja capaz de responder rapidamente a um ou dois comandos simples. "Isto é uma alteração fundamental na forma como pensamos a respeito dos robôs," afirma Murphy. "Há um bocado de pesquisa ainda para ser feita que irá ter impacto no trabalho de busca e salvamento e sobre como nós interagimos com esta tecnologia."

Seguir Site Inovação Tecnológica no Google Notícias





Outras notícias sobre:
  • Robôs Assistentes
  • Saúde e Reabilitação

Mais tópicos