Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/01/2003
Os produtores de filmes sobre a vida selvagem, Lynne e Philip Richardson, queriam fazer um filme sobre o tatu. Mas logo descobriram o quanto seria difícil fazer uma cena com o simpático comedor de larvas e cupins em seu ambiente natural. A solução foi encontrada com o auxílio do engenheiro mecânico sul-africano Stefan Hrabar.
Hrabar criou nada menos do que um tatu-robô, capaz de substituir perfeitamente o mamífero desdentado nas cenas do filme, de maneira previsível e controlável. Timmy, o tatu de verdade utilizado no filme, atuou muito bem. Mas Ardie, o tatu-robô provou ser mais dócil, principalmente em cenas noturnas, quando Timmy insistia em sair de cena em busca de cupins.
Além de andar, Ardie vira a cabeça, abre a boca e pisca os olhos. Hrabar construiu o robô em cerca de três meses, enquanto concluía seu mestrado na Universidade do Cabo (África do Sul).
Sabendo da complexidade de copiar o modo estável de andar de um tatu de verdade, Hrabar decidiu que Ardie deveria caminhar vagarosamente mantendo três patas no chão todo o tempo. As pernas foram construídas com dois graus de movimento - uma cocha e um joelho - para que se pudesse verificar como o robô andaria sem tornozelos.
Os servos inicialmente selecionados não produziam o torque suficiente. Mesmo servos de alto torque provaram não ser fortes o bastante. A solução foi diminuir as pernas de Ardie até que ele conseguisse se mover. Depois de verificar o funcionamento em um protótipo plástico, o inventor construiu o modelo definitivo em alumínio.
Ardie saiu um pouco mais infantil do que os patrocinadores esperavam, mas acabou gerando um sub-produto interessante. Eles estão agora produzindo um filme especialmente voltado para crianças, mostrando a vida do tatu com a participação do pequeno robô.