Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/03/2004
Exoesqueleto ergonômico
Carregar mochilas pesando mais de 30 quilos é algo comum para soldados e para quem gosta de acampamentos selvagens.
Agora um novo projeto do Departamento de Robótica da Universidade de Berkeley (Estados Unidos) poderá representar um alívio para as costas desses mochileiros, tornando realidade um exoesqueleto que já apareceu muitas vezes em filmes de ficção científica.
"Nós criamos um exoesqueleto que combina um sistema de controle humano com músculos robóticos," explica Homayoon Kazerooni, responsável pelo projeto. "Nós projetamos esse sistema para ser ergonômico, altamente manobrável e tecnicamente robusto, de forma que o usuário possa andar, agachar-se, dobrar-se e virar-se sem reduções significativas na sua agilidade."
Batizado de BLEEX ("Berkeley Lower Extremity Exoskeleton", algo como exoesqueleto Berkeley para membros inferiores), o equipamento consiste de pernas mecânicas que são rigidamente conectadas às pernas do usuário. O exoesqueleto inclui uma bateria e uma mochila capaz de suportar grandes pesos.
Sensores incorporados
Mais de 40 sensores e atuadores hidráulicos formam uma rede local para o exoesqueleto e funcionam de forma muito parecida com o sistema nervoso humano.
Os sensores, incluindo alguns incorporados na sola dos sapatos, estão constantemente fornecendo informações ao computador central, que pode então ajustar a força liberada pelo equipamento conforme o trabalho que o usuário estiver executando.
Além de auxiliar médicos, bombeiros e equipes de resgate, que poderão ter seu trabalho de remoção de vítimas bastante facilitado, o equipamento também poderá auxiliar pessoas com deficiências de musculatura, que poderão voltar a andar normalmente.
Ampliação de movimentos
O usuário do exoesqueleto mecânico não necessita de um joystick ou teclado para dirigir o equipamento. A máquina foi projetada de forma que o piloto se torne uma parte integrante do exoesqueleto, ampliando a força dos movimentos feitos naturalmente, sem a necessidade de qualquer treinamento.
Nos testes, o piloto movimentou-se carregando o próprio exoesqueleto, que pesa 45 quilogramas, mais uma mochila pesando 32 kg; a sensação descrita foi de que ele carregava algo como dois kg.