Cientistas criam um nanocarro, capaz de andar de verdade

Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/10/2005

Cientistas da Universidade Rice, Estados Unidos, construíram o menor carro do mundo - um nanocarro de uma única molécula, consistindo em uma chassi, eixos e quatro rodas feitos de "buckyballs".

"A síntese e teste de nanocarros e outras máquinas moleculares está oferecendo elementos críticos em nossas investigações da fabricação molecular de 'baixo-para-cima'," explica James M. Tour, um dos coordenadores da pesquisa. "Nós eventualmente iremos querer mover objetos e trabalhar de forma controlada em escala molecular e esses veículos são excelentes balões de ensaio para isso. Eles estão nos ajudando a aprender as regras básicas."

O nanocarro consiste de um chassi e eixos feitos de grupos orgânicos bem definidos, com sistema de suspensão flexível e eixos que giram livremente. As rodas são "buckyballs", esferas de carbono puro contendo 60 átomos cada uma. O carro todo mede entre 3 e 4 nanômetros de comprimento, o que o torna um pouco maior do que uma molécula de DNA. Um fio de cabelo humano, por exemplo, mede em média 80.000 nanômetros de diâmetro.

Outros pesquisadores já haviam montado moléculas no formato de carros, mas o nanocarro agora apresentado é o primeiro que realmente se movimenta como um carro, podendo andar na direção perpendicular aos seus eixos, como um carro normal.

A temperatura ambiente, o nanocarro fica totalmente grudado sobre a superfície de ouro na qual ele foi construído. Mas, a cerca de 200ºC, ele fica livre e pode andar. Para provar que o nanocarro está realmente andando, e não escorregando sobre a superfície, os cientistas fizeram imagens a cada minuto e analisaram o movimento.

Como os eixos são ligeiramente mais longos do que a distância entre os centros das rodas dianteiras e traseiras, os cientistas podem precisar a orientação dos carros e se eles estão mesmo se movendo de forma perpendicular aos seus eixos.

O nanocarro foi descrito em um artigo que será publicado no próximo exemplar do periódico Nano Letters.