Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/05/2007
Na semana passada, um grupo de cientistas conseguiu se aproximar do sonho dos alquimistas fazendo uma manipulação inédita das propriedades de um composto de zinco (veja Sonho dos alquimistas é realizado com zinco).
Pseudo-elementos
Agora, pesquisadores da Universidade de Missouri-Colúmbia, Estados Unidos, descobriram uma nova família de compostos pseudo-metálicos que permitirá a manipulação de uma molécula descoberta há mais de 50 anos de forma a fazê-la adquirir propriedades parecidas com as propriedades dos metais.
É como se os cientistas tivessem descoberto um "pseudo-elemento", um concorrente paralelo dos 111 elementos que compõem a tabela periódica. O pseudo-elemento poderá alterar radicalmente a pesquisa de medicamentos e até a maneira como se criam materiais eletrônicos (veja também Tabela Periódica de "super-átomos" pode revolucionar a Química).
As propriedades dos pseudo-elementos podem ser ajustadas para uma ampla gama de utilizações diferentes, cada uma com pequenas variações.
As moléculas que deram origem à descoberta são chamadas de "gaiolas de boro" e foram descobertas há mais de 50 anos, por Fred Hawthorne. Elas são formadas por 12 átomos de boro e 12 átomos de hidrogênio. Mas são extremamente difíceis de se manipular, o que as condenou ao quase esquecimento durantes todos esses anos.
Propriedades dos metais
Agora os cientistas descobriram uma forma de modificar essas gaiolas de boro anexando-lhes diferentes compostos. São esses compostos que dão ao material o comportamento de um metal.
"Como a gama de propriedades desses pseudo-metais é extremamente grande, eles podem ser chamados de pseudo-elementos, pertencendo a uma pseudo-tabela periódica completamente nova," diz Mark Lee, coordenador do estudo.
Assim como as propriedades, as possíveis aplicações desses elementos pseudo- metálicos são enormes, principalmente na área de medicina e na construção de componentes eletrônicos em nanoescala.
"Esta descoberta singular poderá abrir campos de pesquisas inteiramente novos por causa da variabilidade controlada dos compostos," diz Lee. "Nós podemos alterar as propriedades desses pseudo-metais, o que nos dá a oportunidade para ajustá-los às nossas necessidades, seja na área das aplicações biomédicas, químicas ou eletrônicas, algumas das quais poderão utilizar a nanociência."