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Materiais Avançados

Infra-estrutura para estudo da durabilidade de materiais

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/11/2002


Implantar infra-estrutura para estudo da durabilidade de materiais e componentes no clima brasileiro e com isso possibilitar o desenvolvimento tecnológico de produtos já existentes e a produção de novos materiais, além de colaborar com a normatização de métodos de exposição ao envelhecimento. Esta é a proposta do projeto 'Estruturação de rede nacional de estações de envelhecimento natural para estudo da durabilidade de materiais e componentes de construção civil'. A iniciativa é coordenada pela Escola Politécnica da USP e tem a participação da Universidade Federal do Pará (UFPR) e da Universidade Federal do Rio Grande (FURG). A implantação da infra-estrutura conta com financiamento da FINEP, dentro do programa Habitare, e também com recursos da FAPESP e da Trikem S.A .

No Brasil, a implantação da rede de envelhecimento natural é pioneira. Mas nos países desenvolvidos, há trabalhos neste campo há mais de duas décadas. São estes estudos que estabeleceram as bases para a previsão da durabilidade e da vida útil de produtos da construção civil. Como decorrência, nestes países, desde a década de 90 existem algumas normas e códigos de prática relativos à previsão de vida útil. No Brasil, ainda não existem normas específicas a respeito do assunto. Mas a pressão neste sentido é mundial. A Comunidade Européia emitiu uma diretiva tornando obrigatório que os fabricantes de materiais declarem a vida útil dos seus produtos e algumas normas técnicas e códigos de prática já adotam modelos para a previsão da vida útil em diferentes questões ambientais.

"No Brasil existem estudos na área de corrosão de metais e de armaduras de concreto armado, mas não há infra-estrutura adequada para estudos de outros materiais e também a realização de experimentos que permitam o refinamento das pesquisas", contextualiza a professora. Segundo ela, a inexistência de infra-estrutura especifica para os estudos de envelhecimento dificultam os trabalhos na área. Os valores médios dos fatores ambientais como temperatura e umidade relativa, medidos em estações meteorológicas tradicionais, não são suficientes para estudos de previsão da vida útil dos materiais. "Alguns parâmetros como a radiação ultravioleta e os períodos de molhagem e secagem ("time of wetness"), concentração de poluentes diversos, são determinantes no processo de degradação de alguns materiais e estes valores não são medidos nas estações meteorológicas brasileiras", explica a professora.

Já estão sendo construídas estações de envelhecimento natural em três localidades com diferentes condições ambientais: Belém (PA), com intensa incidência de radiação solar, elevadas temperaturas e umidades relativas durante o ano todo; São Paulo (SP), com elevado teor de agentes poluentes no ar; e Rio Grande (RS), cidade litorânea, com atmosfera salina. "Esperamos que os métodos desenvolvidos com o suporte dessa infra-estrutura sejam propostos como normas técnicas brasileiras para exposição ao envelhecimento natural de materiais orgânicos e não-metálicos", explica a professora Neide Sato, sub-coordenadora do projeto. Segundo a professora, o setor produtivo também irá se beneficiar do projeto, ao deixar de utilizar estações de envelhecimento de outros países para aperfeiçoamento de materiais existentes e desenvolvimento de novos. A infra-estrutura ainda será disponibilizada para a comunidade em geral, para o desenvolvimento de projetos de pesquisa de novos materiais. Vários projetos, alguns financiados pelo Programa Habitare, por exemplo, já estão programando o uso das estações.

Site do Projeto Habitare


Colaborou Arley Reis



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