Redação do Site Inovação Tecnológica - 04/07/2018
Rasantes em Ceres
Os enigmáticos pontos brilhantes do planeta anão Ceres nunca haviam sido vistos tão claramente.
Estas imagens inéditas foram conseguidas agora que a sonda espacial Dawn (Aurora), da NASA, chegou à parte final de sua missão, atingindo uma órbita que a coloca a apenas 35 quilômetros de altitude de Ceres.
Em mais de três anos orbitando o planeta anão, a menor altitude alcançada pela Dawn antes havia sido de 385 quilômetros, o que torna estas as imagens mais detalhadas já obtidas do pequeno corpo celeste que orbita o Sol entre Marte e Júpiter.
Isso permitirá que, nos próximos meses, a sonda faça um mapeamento de toda a superfície de Ceres com uma resolução inédita, incluindo os outros pontos brilhantes.
De onde vieram os sais
O espectrômetro de mapeamento visível e infravermelho da sonda espacial já havia indicado que os depósitos brilhantes em Ceres são provavelmente formados por carbonato de sódio, um material comumente encontrado em depósitos na Terra conhecidos como evaporitos. Estas primeiras imagens mostram o grande depósito no centro da Cratera Occator.
Mas a riqueza de informações contidas nessas imagens só serão detalhadas à medida que os cientistas da missão tiverem tempo para analisá-las. E muito mais informações virão nas próximas semanas, incluindo imagens dos outros pontos brilhantes, ajudando a esclarecer as muitas questões que permanecem em aberto sobre a origem desses depósitos.
Em particular, os cientistas têm-se perguntado como esse material foi exposto, se a partir de um reservatório superficial de água que evaporou, se de depósitos de subsuperfície de água carregada de minerais, ou de uma fonte mais profunda de salmoura (água líquida enriquecida em sais) percolando para cima através de fraturas.
Nos dois primeiros casos, um detector de raios gama e de nêutrons e um espectrômetro de mapeamento visível e infravermelho da sonda revelarão a composição de Ceres em escala mais fina, fornecendo novas informações que podem desvendar a origem dos materiais encontrados na superfície. No último caso, novas medições da gravidade do planeta anão poderão ajudar a revelar detalhes do seu subsolo.