Agentes de software lembram agente Smith, do filme Matrix

Redação do Site Inovação Tecnológica - 22/11/2006

Programas móveis

Agentes de software, no jargão da programação de computadores, são pequenos programas auto-suficientes e móveis.

É claro que a mobilidade aqui sempre se referiu à capacidade desses programas em se deslocar para outras máquinas por meio da rede, rodar seus procedimentos, emitir seus resultados, prosseguir para outra máquina e assim sucessivamente, desempenhando uma série de tarefas de forma contínua e consistente.

Mas a mobilidade agora está ganhando ares de concretude e os programas estão conseguindo se mover de verdade - graças a robôs e a redes de sensores sem fios.

Pesquisadores da Universidade de Washington, Estados Unidos, acabam de demonstrar uma nova abordagem para os agentes de software que permite que esses pequenos programas desempenhem tarefas tão diferentes quanto rastrear focos de incêndio, detectar o nível de pH em lavouras e fazer a seguranças de contêineres em depósitos de cargas.

Agentes de software

Na foto, o robô Aristo navega autonomamente atendendo a comandos automáticos de uma rede de sensores sem fios que simula uma situação de incêndio. Em uma situação real, na qual o robô não possa estar presente, os resultados das leituras dos sensores podem ser passadas aos bombeiros por meio de um computador de mão (PDA) conectado a uma rede sem fios.

O que realmente impressiona no experimento é a capacidade dos pequenos agentes de software: quando um dos sensores detecta fogo, o agente duplica a si próprio em todos os sensores adjacentes, criando um anel virtual ao redor do fogo. Se o fogo aumentar, o processo se repete, de forma que os bombeiros sempre terão uma informação atualizada da situação do incêndio a cada momento.

Na experiência, a rede de sensores sem fios é essencial. Essa rede é construída com minúsculos computadores, contidos em uma única placa, que cabem na palma da mão e funcionam com apenas duas pilhas AA. Além da antena para se conectar à rede sem fios, eles podem conter virtualmente qualquer tipo de sensor, que os torna capazes de "sentirem" seu ambiente, medindo temperatura, magnetismo, som, umidade, pH etc.

Replicantes

Para permitir a replicação dos agentes, os pesquisadores construíram uma camada intermediária de software ("middleware") batizada de Agilla, que possibilita aos agentes se moverem ao longo da rede de sensores, inclusive indo para outras redes, formando uma complexa comunidade de agentes agindo cooperativamente.

Esse enfoque parece ser inédito e oferece um nível de flexibilidade sem precedentes. Passa a ser possível também a convivência de múltiplas aplicações rodando no mesmo hardware - cada uma atendendo a múltiplas necessidades ou a alterações no ambiente.

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