Redação do Site Inovação Tecnológica - 29/06/2006
Cientistas da Universidade de Cambridge, Inglaterra, demonstraram um programa de computador capaz de captar as emoções das pessoas. A idéia é detectar o estado de espírito de alguém por meio de suas expressões faciais.
"Um computador emocionalmente consciente tem muitas aplicações comerciais. Imagine um computador que possa detectar o momento emocional exato para tentar lhe vender algo, um futuro no qual os telefones celulares, carros e websites poderão ler nossas mentes e reagir aos nossos humores," profetiza Peter Robinson, um dos construtores do novo sistema.
O programa, conectado a uma câmera, localiza e monitora 24 pontos faciais, como a ponta do nariz, as sobrancelhas e os cantos da boca. Ele já definiu 20 movimentos faciais - entre eles o balançar da cabeça, o levantar das sobrancelhas e um repuxo nos lábios - que foram identificados como representativos de emoções definidas.
Os cientistas utilizaram atores para treinar o sistema de reconhecimento facial. Agora eles estão ampliando sua base de dados de gestos e emoções utilizando "pessoas reais", levando o programa para feiras e apresentações.
Outros cientistas participantes da pesquisa, pertencentes à Universidade norte-americana MIT, estão levando os testes ainda mais longe, utilizando câmeras portáteis fixadas no pescoço. Interagindo normalmente com o dia-a-dia das pessoas, eles esperam montar uma base de dados de gestos e emoções que possa lidar com o fato de que cada pessoa expressa seus sentimentos de maneira diferente.
O programa também está sendo avaliado para uso em automóveis, aumentando a segurança de quem dirige e de que está nas ruas. Monitorando o humor do motorista, carros do futuro poderão ajustar potência e aceleração do veículo para que um momento de raiva ou tensão não se transforme numa tragédia. Emoções mais complicadas, como confusão ou cansaço excessivo, poderão até mesmo impedir que o veículo funcione.
Uma montadora já se interessou pelo projeto e está construindo o primeiro protótipo para testes reais. Os cientistas acreditam que o programa poderá estar pronto para ser utilizado nos veículos de série em cerca de cinco anos.