Simulações em computador mostram o que experimentos não enxergam

Redação do Site Inovação Tecnológica - 14/06/2006

As simulações computadorizadas já estão alcançando o status de disciplina, servindo como método de demonstração de teorias e explicação de experimentos. Mas sempre pesa sobre esses super-programas a acusação de que eles não oferecem o realismo de um experimento real.

Não é o que mostra o estudo feito pelo cientista Eliot Fang, dos Laboratórios Sandia, Estados Unidos. Segundo ele, as simulações em nanoescala dão aos pesquisadores resultados mais detalhados - e não menos - do que as experiências práticas.

"Há um outro mundo, maravilhoso, além do que mostram os microscópios de tunelamento eletrônico (SEM), e ele se chama simulação," disse ele em uma palestra realizada nesta semana. "Quando você olha através do microscópio, você não vê algumas coisas que a modelagem e a simulação mostram."

Segundo ele, o maior responsável pela grande importância assumida pelas simulações é exatamente o desenvolvimento da informática. "Quinze anos atrás, o supercomputador Cray YMP era a jóia da coroa; hoje ele é equivalente a um computador que carregamos em nosso bolso."

São exatamente as simulações, considerando simultaneamente a interação de milhões e até de bilhões de átomos, que estão permitindo os grandes progressos da nanotecnologia. Fang espera que os resultados mais recentes vençam de uma vez por todas os preconceitos que ainda restam em alguns cientistas menos afeitos à computação.

Para ajudar a convencer seus colegas, Fang demonstrou que a minúscula ponta de prova de um microscópio de tunelamento captura uma pequena, mas significativa quantidade do material que está sendo examinado. "É quase imperceptível. Mas a propriedade da superfície se torna muito diferente." As observações dos experimentos não conseguiram explicar estas alterações de propriedade.

Fang acredita que a utilização conjunta de simulações e experimentos poderá dar um grande ímpeto a vários campos de pesquisa, principalmente quando se trata de criar revestimentos para novos materiais - importantes desde a microeletrônica até o combate à corrosão em equipamentos industriais.