Ultrapassando os limites de armazenamento dos discos rígidos

Redação do Site Inovação Tecnológica - 10/10/2005

Qual é o limite prático de armazenamento de dados em um disco rígido? Esses componentes estão se tornando menores e mais barato a cada dia, sempre com capacidades crescentes de armazenamento. Isso os torna ainda imbatíveis, sendo muito mais baratos por unidade de armazenamento do que os "discos sólidos", as memórias não-voláteis, que começam a se tornar interessantes para menores quantidades de dados.

A equipe do professor Harald Brune, da Escola Politécnica Federal de Lausanne, Suíça, decidiu responder a essa questão sobre a densidade-limite, teórica e prática, do armazenamento magnético de dados. O resultado da pesquisa foi publicado no periódico Physical Review Letters (95, 157204 - 2005).

Os cientistas criaram uma estrutura auto-montante, consistindo de ilhas de cobalto de apenas dois átomos de altura, colocados sobre um substrato feito por um único cristal de ouro.

A densidade das ilhas - 26 trilhões de ilhas por polegada quadrada - é a mais alta já registrada e cerca de 200 vezes maior do que a densidade de bits dos mais modernos discos rígidos hoje fabricados. As propriedades magnéticas das ilhas são as mais uniformes já alcançadas e, como as ilhas não interagem entre si, elas conseguem manter um bit de informação com segurança.

Entretanto, este é um limite que não pode ser chamado exatamente de prático: a experiência funcionou perfeitamente a -223º C. Acima dessa temperatura, a excitação termal começa a reverter a magnetização e os dados registrados começam a perder em confiabilidade.

É exatamente nisto que os cientistas já estão trabalhando. Eles pretendem descobrir qual o tamanho das ilhas que poderão operar com segurança a temperatura ambiente. Embora ainda não seja um resultado aferido, eles acreditam que estas ilhas conterão algo entre 500 e 800 átomos de material magnético.