Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/06/2005
Cérebro Azul
Cientistas da IBM e da Escola Politécnica Federal de Lausanne, Suíça, uniram-se para criar o Projeto Cérebro Azul (Blue Brain).
Nos próximos dois anos eles trabalharão em conjunto para criar um detalhado modelo dos circuitos do neocórtex - a maior e mais complexa parte do cérebro humano.
Mas a pretensão é ainda maior do que isso: expandindo o projeto para modelar outras áreas, os cientistas esperam criar um modelo computacional preciso de todo o cérebro.
Modelar o cérebro
Ainda hoje sabe-se muito pouco sobre o funcionamento real do cérebro humano.
Utilizando o supercomputador Blue Gene (de onde vem o "azul" do nome do projeto) da IBM, os cientistas querem fazer simulações em nível molecular, procurando entender processos como o pensamento, a percepção e a memória.
Eles também esperam entender mais sobre como e por que certos microcircuitos no cérebro apresentam mal funcionamento - que se acredita sejam as causas de problemas como o autismo, a esquizofrenia e a depressão.
O experimento será feito no Instituto Cérebro e Mente, que possui dados empíricos coletados em 10 anos de pesquisas sobre a microarquitetura do neocórtex.
"Modelar o cérebro em nível molecular é uma tarefa gigantesca por causa das centenas de milhares de parâmetros que devem ser levados em conta," afirmou Henry Markram, chefe do Instituto.
Simulação do cérebro
Os cientistas da IBM irão utilizar sua experiência na simulação de sistemas biológicos complexos para transformar esses dados em um modelo tridimensional, recriando as interações eletroquímicas de alta velocidade que ocorrem no interior do cérebro.
O neocórtex constitui 85% da massa total do cérebro humano e, acredita-se, é responsável pelas funções cognitivas da linguagem, do aprendizado, da memória e do pensamento.
Na primeira fase do projeto será construídauma réplica em software de uma coluna do neocórtex. Uma réplica precisa da coluna neocortical, além de ser um primeiro passo essencial para se simular todo o cérebro, irá fornecer a conexão entre os níveis genético, molecular e cognitivo da função cerebral.
A segunda fase irá expandir a simulação, incluindo outras áreas do cérebro e, eventualmente, o cérebro como um todo.