Redação do Site Inovação Tecnológica - 09/06/2004
Aficcionados por informática estão acostumados com um ritmo alucinante de novidades. O fato de um programa ou equipamento ter sido fabricado há mais de dois anos já é o suficiente para que ele seja taxado de arcaico. Mas um componente vital dos computadores mais modernos já possui mais de 20 anos de idade e até agora vinha se mantendo à margem desse processo de "destruição criadora".
O BIOS ("Basic Input-Output System": sistema básico de entrada e saída) é um pequeno programa que fica gravado em um circuito integrado dotado de memória própria, localizado na placa-mãe do computador. É o BIOS que primeiro identifica o computador e seus componentes e, só então, chama o sistema operacional e passa a ele o controle de todo o sistema.
Os primeiros segundos cruciais de funcionamento de todos os computadores dependem inteiramente desse pequeno software tão pouco conhecido e que, aparentemente, evolui a passos mais lentos do que o restante do mundo da informática.
Pelo menos até hoje. A Intel acaba de anunciar o lançamento do projeto "Tiano", um esforço conjunto com a empresa CollaNet para criar uma versão de código aberto do velho BIOS, baseado na Common Public License (CPL).
A Intel irá liberar o núcleo do código do BIOS, assim como uma ferramenta de desenvolvimento. Isto permitirá que seus parceiros desenvolvam drivers em linguagem C, capazes de rodar em múltiplos processadores.
A licença CPL, que não significa que o programa seja gratuito ou aberto ao público em geral, fará com que qualquer alteração feita no código por um parceiro seja visível e compartilhada pelos demais. Isso impedirá a criação de códigos proprietários e facilitará o processo de correção de erros.