Redação do Site Inovação Tecnológica - 18/08/2003
Pesquisadores escoceses desenvolveram um novo método de análise de documentos que poderá mudar a forma de acesso a documentos grandes e complicados. A técnica poderá ser utilizada para simplificar qualquer tipo de dado armazenado. Por exemplo, longos documentos legais, que utilizam jargões complexos e obscuros para a maioria dos usuários, poderão ser sintetizados em seus argumentos essenciais.
O método também poderá ser utilizado para identificar inconsistências no documento, ressaltando se os argumentos foram alterados ou se são contraditórios ou mesmo se há evidências de que eles tenham sido suprimidos. A nova técnica foi desenvolvida na Universidade de Glasgow.
Uma das aplicações da nova técnica é que ela pode ser utilizada para estabelecer a precisão da cobertura da mídia a respeito de um evento em particular e mostrar como o quadro geral de uma história se altera dia após dia. Para avaliar sua adequação a essa tarefa, o programa foi testado utilizando-se a cobertura de imprensa sobre a queda do Concorde em Paris, em Julho de 2.000. Críticos afirmam que a imprensa é freqüentemente rápida demais para identificar as causas de eventos imediatamente após sua ocorrência. Essa pressa resultaria em um público mal informado, em razão da simplificação excessiva ou até da distorção de questões muito complexas.
O teste utilizou o programa de análise de documentos para comparar a cobertura do acidente do Concorde em um jornal (The Times), em um tablóide (The Sun) e em um serviço de notícias via Internet (BBC Online). O programa mostrou que, após a queda, a imprensa especulou pouco sobre os motivos da queda, um resultado diferente daquele preconizado pelos críticos. E, mais interessante, o jornal de circulação nacional especulou mais acerca das causas da queda do que o tablóide. Como seria de se esperar, a cobertura do site manteve seus leitores melhor informados, com atualizações mais freqüentes. De forma geral, a maioria das especulações nos três veículos de comunicação foi apresentado mais na forma de citações de especialistas do que em especulações de jornalistas.
O novo sistema é baseado na utilização de diagramas CAE ("conclusão, análisa, evidência"), ferramentas capazes de associar informações dispersas e apresentá-las em um formato estruturado, coerente e compreensível. O resultado é mais amigável dos que os métodos que se baseiam na apresentação de análises descritivas. Um diagrama CAE é construído em quatro etapas:
O trabalho foi coordenado pelo Professor Chris Johnson, que afirma: "Esta nova ferramenta analítica pode ter muitos usos. Nós estamos começando a aplicar a técnica na identificação de inconsistências e omissões nos documentos cada vez mais específicos com os quais a maioria das organizações tem de lidar atualmente."