Intel lança software gratuito que lê os lábios

Redação do Site Inovação Tecnológica - 05/05/2003

A empresa norte-americana Intel lançou um novo software gratuito que permite a construção de computadores que podem ver e ler os lábios, interpretando melhor os comandos de voz dados pelos usuários.

Os programas de reconhecimento de voz atuais funcionam bem quando o ruído de fundo é totalmente eliminado ou quando o microfone é perfeitamente regulado para o software. Mas o desempenho degrada-se rapidamente se se tenta utilizar estes programas em um ambiente normal, como em um escritório ou em um shopping, por exemplo.

Mas o novo programa da Intel, chamado de Audio Visual Speech Recognition- AVSR (Reconhecimento de voz áudiovisual) utiliza um outro programa, chamado de OpenCV ("open-source computer vision"), que permite a interpretação de imagens pelo computador. O OpenCV permite ao computador identificar a face do usuário e acompanhar os movimentos de sua boca. Sincronizando os dados da imagem com algoritmos de reconhecimento de voz, o AVSR consegue resultados muito superiores em relação aos programas tradicionais, abrindo caminho para aplicações no dia-a-dia das pessoas.

Os mais recentes progressos tecnológicos na microeletrônica foram cruciais para os avanços desses novos programas. Microprocessadores mais rápidos, câmeras digitais de maior resolução e mais baratas, além de maior largura de banda disponível para a captura de vídeo, têm permitido que computadores comuns rodem programas de visão artificial em tempo real. Esta é principal razão do sucesso do OpenCV, que já teve mais de 500.000 downloads desde que foi disponibilizado, em 2.000. O grupo de usuários que o utilizam para desenvolvimento já atinge 5.000 participantes.

Desenvolvedores do mundo todo estão utilizando o OpenCV para a construção de programas que vão de jogos e brinquedos até o monitoramento de linhas de produção em indústrias. O programa inclui os códigos-fonte em linguagem C para toda a biblioteca, além de direitos de redistribuição sem qualquer pagamento de "royalties".