Destino Verde, o supercomputador do futuro

Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/06/2002

Os supercomputadores do futuro nunca irão travar e irão custar muito menos do que as super máquinas de hoje. Ao menos, esta é a visão dos cientistas do Laboratório Los Alamos (Estados Unidos).

"Todos estão fixos na idéia de desempenho a qualquer custo.", disse o professor Wu Feng. "O que nós estamos fazendo é redefinir a relação preço/desempenho, para focar em eficiência, confiabilidade e disponibilidade; em outras palavras, custo de propriedade." Segundo ele, os custos de computação devem incluir eletricidade, infraestrutura, ar condicionado, espaço físico, tempo perdido com falhas e salários dos funcionários encarregados de manter as máquinas operando.

Feng e seus colegas Michael Warren e Eric Weigle desenvolveram o primeiro computador de uma nova geração, chamado de Destino Verde. A máquina está operando há oito meses com uma estabilidade e eficiência sem precedentes. A novidade é que o computador está fechado em uma sala constantemente inundada de poeira e sujeita a variações súbitas de temperatura. Segundo os pesquisadores, os supercomputadores do futuro deverão ser muito semelhantes ao Destino Verde: pequenos, estáveis e com baixíssimo consumo de energia.

O Destino Verde representa uma categoria totalmente nova de supercomputador. São 240 processadores Transmeta de 667 MHz, montados em um placa-mãe de meia polegada de espessura, chamada de lâmina pelos cientistas. Um total de 24 lâminas foram montadas em um chassi e os dez chassis montados em rack padrão. No rack ainda estão todos os aparatos de rede.

Capaz de efetuar 160 bilhões de operações por segundo, o Destino Verde usa menos de 10% da energia elétrica e 25% do espaço dos computadores "cluster" de mesmo desempenho. Segundo dados de fabricantes, um aumento de 10º C na temperatura dos processadores faz com que a taxa de falhas dobre. Isso mostra a importância da menor dissipação de potência do conjunto. O sistema opera com os processadores a cerca de um décimo da temperatura acima do padrão normal. Mas ele vem funcionando corretamente sem sistema de ar-condicionado e funcionou bem mesmo quando seus ventiladores foram retirados. Segundo o Dr. Feng, baseado na Lei de Moore, em 2010 os processadores terão mais de bilhão de transistores e dissiparão cerca de um kilowatt de energia térmica. Isso é mais energia por centímetro quadrado do que aquela dissipada por um reator nuclear. Por isso é necessário mudar o conceito de computação. Isso é o que o Destino Verde pretende fazer.

Os pesquisadores estão tão confiantes no projeto que deixaram apenas uma lâmina de reserva. E ela ainda não foi usada.

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