Redação do Site Inovação Tecnológica - 07/09/2001
Pesquisadores do Oak Ridge National Laboratory (ORNL), Estados Unidos, conseguiram produzir alterações reversíveis nas cargas elétricas de finíssimos filmes de material orgânico, em nível molecular. O feito abre espaço para a produção de equipamentos de armazenamento de dados com um capacidade 1 milhão de vezes superior aos atuais. Um CD, por exemplo, pode conter 108 bits por cm2. Um dispositivo feito com material orgânico, e controlado em nível molecular, como o que os cientistas fizeram, pode conter 1014 bits por cm2.
A importância da descoberta reside na reversibilidade das alterações elétricas, o que é essencial para que se possa escrever e apagar. É a primeira vez em que isso foi demonstrado em nível molecular. As pesquisas anteriores acabavam apagando grandes regiões do filme, perdendo os ganhos de densidade que o material oferece.
A equipe trabalhou com filmes de duas moléculas orgânicas complexas, dispostas sobre uma superfície de grafite. Aplicando uma tensão variável, os cientistas descobriram que o filme apresenta uma transição na condutibilidade a 3,2 volts, quando a resistência se altera por um fator de 104. Essa transição leva cerca de 80 nanosegundos para ocorrer.
A transição foi revertida ao se aplicar um pulso elétrica de polaridade negativa, de -4,5 volts, durante 50 microssegundo.