Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/07/2007
O princípio de sustentação aerodinâmica que explica o vôo dos aviões é bem conhecido. Na verdade, as asas dos aviões não mudaram quase nada desde que os pioneiros da aviação descobriram o tradicional formato com uma curvatura na sua parte superior - ao fazer com que o ar passe mais rapidamente pela parte superior da asa, cria-se aí uma zona de baixa pressão e, por decorrência, a sustentação.
Asas mais eficientes
Se tudo têm funcionado tão bem - o avião é o meio de transporte mais seguro que existe - seria afinal possível melhorar o desempenho das asas dos aviões? O pesquisador Alamir Gomes de Abreu Junior, da Unicesp, em Brasília, acredita que sim. Ele afirma até mesmo que é possível o desenvolvimento de uma nova tecnologia que dispense as longas pistas dos aeroportos.
"O problema clássico do avião é que a sua sustentação no ar depende do deslocamento da aeronave. Em conseqüência, não tem capacidade de decolagem e pouso vertical. Abaixo de uma determinada velocidade, o avião deixa de voar porque suas asas não produzem sustentação suficiente," explica Alamir.
Logo, segundo o pesquisador, a solução para a imensa maioria dos acidentes aeronáuticos está em se projetar um novo tipo de asa, que seja mais eficiente e que nunca perca a sustentação.
Sustentação aerodinâmica
A força de sustentação aerodinâmica que mantém os aviões no ar é produzida pelo escoamento do ar na asa. Como o avião tem que correr pela pista para ganhar sustentação, é fácil ver que, nesse modelo, o ar é estático e é a asa que se movimenta.
A idéia de Alamir é inverter esse processo, criando uma asa que seja fixa e fazendo o ar se mover ao seu redor. Ele batizou o novo conceito de asa AGA-X. Uma asa assim não teria as severas limitações apresentadas pelas asas atuais quando operando em condições de baixa velocidade.
O projeto, que ainda está na fase da teoria, propõe que o escoamento do ar seja feito no interior de um tubo fechado. Assim, a produção da força de sustentação aerodinâmica fica separada do deslocamento do avião. Mantendo isolado o escoamento do ar passa a ser possível o controle preciso de seu fluxo. É uma aplicação da Terceira Lei de Newton, só que interpretada de forma diferente.
Agora o pesquisador planeja analisar as possíveis soluções para sua idéia em simulações por computador. Depois de definido o modelo conceitual, o passo seguinte será a montagem e teste de um modelo em escala reduzida.