Redação do Site Inovação Tecnológica - 21/06/2005
Um submarino russo, navegando submerso no mar de Barents, disparará hoje o que deveria ser um míssil atômico. Mas o fim da Guerra Fria fez com que essas armas letais fossem convertidas em uma opção muito barata de lançamento de satélites artificiais. Ao invés de uma ogiva nuclear, o ex-míssil levará a Cosmos 1, a primeira espaçonave a testar o conceito de velas espaciais.
A Cosmos 1 é um empreendimento totalmente privado, feito pela Planetary Society. O artigo "Espaçonave impulsionada pela luz solar" descreve detalhadamente o projeto.
Um "veleiro solar" é basicamente uma nave sem motor. Ela é movimentada pela luz solar. Os fótons, as partículas-ondas fundamentais da luz, também têm momento, ou seja, são capazes de "empurrar" os objetos sobre os quais incidem. Mas essa força é tão pequena que não possui qualquer efeito prático na superfície da Terra. Somente no espaço, sem a competição das demais moléculas presentes na atmosfera, os cientistas acreditam, essa força poderá ser útil. E justamente para impulsionar uma espaçonave.
A Cosmos 1 tem oito velas triangulares, cada uma com 15 metros de comprimento. Elas são conectadas no centro ao corpo da nave, ela própria um pequeno aparato experimental de 40 quilogramas de peso.
O foguete russo deverá colocar a pequena nave em uma órbita de 800 quilômetros. Se o experimento tiver sucesso, o vento solar deverá fazer com que a nave atinja órbitas mais elevadas. E nada além disso.
Parece pouco para uma missão espacial. Mas não é. A tecnologia de velas espaciais é a única atualmente em vista que seria capaz de levar o homem a uma viagem interestelar. Mas, antes, ela deverá mostrar que funciona na prática.